Reforma em prédios históricos da Praça Cívica tem investimento de R$ 3,5 milhões

Na geografia goianiense, ninguém que conheça Goiânia, que completou 90 anos em outubro, consegue passar incólume à beleza arquitetônica da Praça Cívica. Além, claro, de ter, no meio dela, a construção da conhecida Casa Verde, cuja cor, claro, verde-oliva, serve, desde 2019, de moradia para o governador Ronaldo Caiado tem ali alguns dos órgãos da cultura goiana. 

No estilo Art Déco, os prédios são reconhecidos pelo caráter da importância histórica estudada, monitorada e frequentada. Seja por estudantes ou leitores no Centro Cultural Marietta Telles, onde se pode encontrar, algumas das obras mais importantes da literatura mundial. Foi por ali, por exemplo, que qualquer pessoa pode se deparar, talvez pela primeira vez, com Dostoievski, Kafka, Virginia Woolf, Liev Tolstói, William Shakespeare, Edgar Allan Poe , Gabriel García Marquez. Claro, estes são alguns dos nomes da literatura produzida, há mais de século, por estrangeiros. 

Pela Marieta Telles, é possível também achar obras completas de Machado de Assis, obras de Clarice Lispector, Rachel de Queiroz, João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar como também autores goianos, como, claro, José J. Veiga, Cora Coralina, Gabriel Nascente, Carmo Bernardes, Hugo de Carvalho Ramos e Pio Vargas, poeta que deu nome justamente à biblioteca. 

Na Praça Cívica, além do prédio Marietta Telles, tem a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Seds) e o Palácio das Esmeraldas.

“Estamos cuidando e zelando dos nossos equipamentos culturais. Nosso objetivo é valorizar e dar vida a esses espaços”, comemorou, conforme divulgado pela pasta, a secretária da Cultura, Yara Nunes.

As obras tiveram início no dia 25 de julho deste ano pelo Centro Cultural Marietta Telles, que passou por uma troca de tacos no piso, reparos nas rachaduras, marquises, pingadeiras e pinturas na parte externa e interna do edifício. O término das obras está previsto para o primeiro semestre de 2024.

No prédio da Seds os trabalhos de revitalização serão iniciados nesta quarta-feira (08/11), com reparos em trincas, fissuras, calhas, instalação de pingadeiras, reparo nos drenos dos aparelhos de ar condicionado, e pintura das janelas, portas e fachadas.

Já o Palácio das Esmeraldas está em processo de implantação do canteiro de obras para iniciar as intervenções no interior do prédio, cujas obras já começam na próxima semana, incluindo reparos estruturais nas lajes e fachadas.

As novas cores e tons que ilustrarão os prédios foram escolhidas a partir de um estudo cromático realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Levando em conta o período chuvoso, a previsão é que todas as obras do cronograma sejam concluídas no final de 2024.

Mudança total

Em 2016, o governo estadual entregou uma reforma como nunca antes havia sido feita. O lugar, que era usado como estacionamento, numa bagunça generalizada, passou por uma mudança radical. Além do novo calçamento e da recuperação paisagística, a praça ganhou fonte luminosa mais potente, novos quiosques, apriscos e um piso diferente. À época, o Iphan afirmou que a revitalização foi quase uma cópia ao projeto original, daquele pensado por Atílio Corrêa Lima, o arquiteto da cidade, em 1930.

Nesta reforma que uma estátua, do fundador de Goiânia, Pedro Ludovico Teixeira, foi transferido para onde está, perto de uma obra de arte feita exclusivamente pelo artista plástico Siron Franco.