Prisão do prefeito de Iporá é mantida pela Justiça

Além das tentativas de feminicídio e homicídio, o político também responderá por fraude processual e porte ilegal de arma de fogo

Postado em: 30-11-2023 às 16h40
Por: Larissa Oliveira
Imagem Ilustrando a Notícia: Prisão do prefeito de Iporá é mantida pela Justiça
Prefeito de Iporá foi preso após disparar contra casa de ex - Foto: Reprodução/TV Anhanguera

A prisão do prefeito de Iporá, Naçoitan Leite (sem partido), se manteve após o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) analisar o habeas corpus da defesa. Portanto, o político permanecerá preso pela acusação de invadir a residência da ex-esposa e atirar contra o quarto em que ela estava com o namorado. O fato ocorreu na madrugada do dia 18 de novembro. De acordo com a Polícia Civil, Naiçoitan invadiu a casa com uma caminhonete e atirou pelo menos 15 vezes com o intuito de matar.

A Justiça determinou a prisão dele no mesmo dia, mas o político fugiu. Porém, no dia 23 de novembro, Naiçoitan se entregou à polícia de Iporá, na região Oeste de Goiás. A Polícia Civil indiciou o político por tentativa de feminicídio, tentativa de homicídio, fraude processual majorada e posse de arma de fogo de uso restrito com numeração raspada. Nesta segunda-feira (26), o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) recomendou o afastamento do prefeito e posse imediata do cargo pela vice Maysa Cunha (PP). 

Conforme o MPGO, devido à prisão, Naçoitan está impedido de exercer o posto. Por isso, deve ser substituído em caráter provisório. Contudo, o presidente da Câmara Municipal de Iporá, Adriano Sena (MDB), negou a recomendação, nesta quarta-feira (29). Segundo a justificativa, “a Lei Orgânica Municipal não exige o motivo para ausência do Prefeito por até 15 dias, e que tal prazo ainda não expirou”. Portanto, Adriano disse que só haveria análise do afastamento após esse prazo.

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Afastamento

Como ele negou uma recomendação do Ministério Público, o promotor Luís Gustavo Soares Alves pediu que a Câmara se posicionasse ainda ontem. Caso contrário, entraria com medida judicial para dar posse à vice e contra a Casa de Leis por prevaricação. Por conta disso, nesta quinta-feira (30), Adriano Sena recuou da decisão e resolveu afastar o prefeito e dar posse à vice. Além disso, o presidente da Casa declarou que convocará sessão extraordinária para 4, 5 e 6 de dezembro.

Hoje, também ocorreu a votação do habeas corpus do prefeito. Após análise, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) manteve a prisão de Naçoitan Leite, negando o pedido da defesa. Os advogados do prefeito se basearam no fato dele ter se entregado à polícia e estar com problemas de saúde. No entanto, de acordo com o relator do caso, o desembargador Nicomedes Borges, os motivos não impedem a decretação da prisão preventina e tampouco servem para deconstituí-la.

Ainda segundo o magistrado, a prisão preventiva ocorre por haver indícios suficientes de autoria. “E, em especial, na garantia da ordem pública diante da gravidade concreta das condutas imputadas, bem como a aplicação da lei penal, ante a fuga após a suposta prática dos delitos, motivos que demonstram que a custódia provisória é imprescindível, sendo insuficiente sua substituição por outras medidas cautelares mais brandas”, afirmou durante o momento de votação no TJGO.

Prisão

No dia 23 de novembro, Naçoitan Leite se entregou à polícia. Após cinco dias foragido, aconteceu sua prisão. Em depoimento à Polícia Civil, o prefeito admitiu que, na noite do crime, misturou bebida alcóolica e remédios. De acordo com o delegado regional de Iporá, Ramon Queiroz, o político revelou que consumiu álcool durante as comemorações do aniversário do município. Porém, após se entregar, Naçoitan disse que não se lembrava de ter invadido casa e atirado 15 vezes contra a ex-mulher.

“Ele nos relatou que quando acordou no dia seguinte, após dormir dentro de sua camionete, teve alguns ‘flashes’, onde se lembrava de ter ido à casa da ex mulher, mas que não se recordava do que havia feito lá. Questionado sobre esse apagão na memória, ele disse acreditar que deve ter sido porque está tomando alguns remédios fortes, que misturou com bebida alcoólica”, afirmou Ramon Queiroz. Além disso, o prefeito, que está sob prisão preventiva, confessou ter retornado à casa da ex-esposa.

Portanto, na manhã seginte ao dia do crime, Naçoitan voltou à residência que baleou. O prefeito furtou o aparelho de gravação de imagens de segurança instalado na casa da ex-mulher. Por conta disso, além das tentativas de feminicídio e homicídio, o político também responderá por fraude processual. Além disso, quando Naçoitan se entregou à polícia, apresentou uma arma de calibre restrito e que está com a numeração de série raspada. Por isso, também foi indiciado por porte ilegal de arma de fogo.

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