Goiás inicia teste genético para câncer de mama

Em parceria com UFG, Goiás inicia testes genéticos em pacientes com histórico de câncer de mama

Postado em: 22-01-2024 às 11h47
Por: Tathyane Melo
Imagem Ilustrando a Notícia: Goiás inicia teste genético para câncer de mama
Em parceria com UFG, Goiás inicia testes genéticos em pacientes com histórico de câncer de mama | Foto: Marco Monteiro/ Prefeitura de Goiânia

Na última semana, o Centro de Genética Humana (GEF) da Universidade Federal de Goiás (UFG) realizou os primeiros sequenciamentos genéticos destinados à detecção precoce de mutações causadoras de câncer de mama e ovário. Este feito, pioneiro no Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, tornou-se realidade por meio do convênio “Goiás Todo Rosa”, formalizado em outubro de 2023 pelo governador Ronaldo Caiado e pela reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima.

O Governo de Goiás, através da Secretaria da Saúde (SES-GO), será o responsável pelo financiamento dos sequenciamentos dos genes BRCA1 e BRCA2, destinados a pacientes com câncer de mama atendidos na rede estadual de saúde, conforme estabelece a lei 20.707/2020. 

“A previsão da parceria é de 60 meses, em um trabalho muito importante para a saúde da mulher, pois o diagnóstico precoce do câncer salva vidas”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Sérgio Vencio, acrescentando que foi montada a estrutura para o fluxo de atendimento que vai da primeira consulta até o rastreamento com os familiares das pacientes.

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O projeto tem início na Policlínica de Quirinópolis, na região Sudoeste, estendendo-se posteriormente para a região Centro-Norte, nas cidades de Goianésia e Uruaçu. No entanto, a ambição é proporcionar acesso à testagem genética para mulheres em todo o Estado que apresentam predisposição ao câncer de mama, uma vez que essa condição é uma das principais causas de mortalidade feminina no Brasil e no mundo.

No período de 2020 a 2023, 1.993 mulheres perderam a vida devido à doença. Quanto à incidência, o Sistema Único de Saúde (SUS) diagnosticou 5.349 casos de câncer em Goiás entre 2020 e 2022. Até julho de 2023, foram confirmados 730 casos.

O Projeto Goiás Todo Rosa estabelece um fluxo estruturado de atendimento, começando pela Atenção Primária, onde equipes capacitadas avaliarão pacientes com suspeita da doença. Posteriormente, as mulheres serão encaminhadas à Policlínica de Quirinópolis, onde mastologistas especializados realizarão consultas e irão identificar aquelas com potencial para mutações genéticas. As pacientes então passarão pelo sequenciamento genético no laboratório da UFG, localizado em Goiânia.

“Dentro da organização do fluxo para encaminhamento da realização do exame, a UFG também foi inserida na rede SUS, exclusivamente para o projeto Goiás Todo Rosa, permitindo que a paciente tenha oportunidade de fazer a testagem genética. Em caso positivo, esta paciente fará o chamamento dos familiares, que poderão realizar o teste de sequenciamento genético de forma gratuita, a partir de uma amostra de sangue, para descobrirem se também têm a predisposição para a doença”, explica a gerente de Atenção Especializada da SES, Camila Brum.

Testagem

O teste genético analisa todas as bases presentes nos genes BRCA 1 e 2, identificando mutações associadas ao câncer de mama e ovário. Com esse diagnóstico, é possível estabelecer um plano personalizado de rastreamento do câncer, aumentando as chances de cura e melhorando a qualidade de vida do paciente. O procedimento cirúrgico, se necessário, será realizado no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), a critério da paciente.

A mastologista e professora da Faculdade de Medicina da UFG, Rosemar Macedo Sousa Rahal, é uma das idealizadoras e consultora do Projeto Goiás Todo Rosa. Ela explica que a ação de possibilitar que o Estado seja o primeiro do Brasil a implementar a lei que permite a realização desse exame gratuitamente é fundamental para ofertar prevenção do câncer às mulheres.

“Além dessa mulher ter o diagnóstico precoce e a chance de tratamento é uma prevenção para os seus familiares, que também poderão tratar de um câncer herdado”, pontua.

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