Banda de metal progressivo americana investe em álbum duplo

Por Eduardo Fradkin/Agência O Globo Numa época em que o CD, em seu formato físico, atravessa uma crise existencial, e a maioria

Postado em: 03-04-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Por Eduardo Fradkin/Agência O Globo

Numa época em que o CD, em seu formato físico, atravessa uma crise existencial, e a maioria dos ouvintes parece sem tempo (ou disposição) para se concentrar em intricadas narrativas musicais, o que leva uma banda a apostar num álbum duplo conceitual? O cantor James LaBrie – que acaba de cometer essa ousadia com sua banda de metal progressivo, o Dream Theater, ao lançar The Astonishing – responde, em entrevista por telefone: 

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“É simples. Não pensamos na indústria musical. Pensamos na música em primeiro lugar e no que queremos transmitir artisticamente. Mas é engraçado você ter perguntado isso. Eu sei que os consumidores, hoje, compram músicas como artigos individuais, não pensam nelas como parte de um disco. Compram essa ou aquela música que lhes agrada. Para mim, isso é incompreensível. Eu cresci num tempo em que se contentar com uma música de um artista seria uma blasfêmia. Não dá para conhecer o artista assim. Sou da época em que se comprava um disco para absorvê-los nos mínimos detalhes. Nossos discos, não podem ser ouvidos ao mesmo tempo em que se joga um videogame ou se assiste a algo no Youtube. Tem mais uma coisa: o Dream Theater sempre agiu fora dos padrões”.

O vocalista, que está na banda desde 1991, não está exagerando. O quinteto americano é conhecido por surpreender seus fãs, como nos shows em que tocou covers de álbums clássicos na íntegra, incluindo The Dark Side Of The Moon, do Pink Floyd, para plateias atônitas. Ou quando chamou fãs ao palco para tocar junto com os músicos (uma cena assim pode ser vista no DVD Live At Budokan). Na turnê atual, que ainda não tem datas na América do Sul, o quinteto está tocando ao vivo o novo CD duplo do começo ao fim.

Curiosamente, as músicas de The Astonishing são relativamente curtas, contrastando com as de longa duração que caracterizam a carreira do grupo. 

Sobre o processo de composição, ele conta que não houve muitas diferenças. O guitarrista John Petrucci e o tecladista Jordan Rudess compuseram tudo, juntos, o que não chega a ser uma surpresa, já que, desde a saída, em 2010, do baterista fundador Mike Portnoy, os dois se tornaram as personalidades dominantes do Dream Theater. “Isso não quer dizer que eu e os outros não damos ideias para o acabamento das músicas. Mas minha paixão é o canto, o que faço desde os 5 anos”, diz.

 

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