Pesquisas revela que 76% dos pais mudariam algo nos hábitos de sono dos filhos

Noites mal-dormidas dos pequenos afetam a tranquilidade das vidas dos adultos

Postado em: 14-06-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Noites mal-dormidas dos pequenos afetam a tranquilidade das vidas dos adultos

Elisama Ximenes

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Medicina do Sono (IMS) de Goiânia revela que 76% das mães e pais mudariam algo nos hábitos de sono dos filhos para melhorar as próprias qualidades de vida. Isso porque as noites mal-dormidas dos pequenos afetam a tranquilidade das vidas dos adultos. Com as crianças dormindo menos, os adultos também dormem menos, e áreas diversas do organismo são afetadas, desde a disposição para realizar as tarefas diárias até problemas graves de saúde.

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Com relação às consultas médicas, a pesquisa do (IMS) apontou que 52% dos médicos não questionam as crianças sobre hábitos relativos ao sono. No entanto 69% dos pais ou responsáveis relatam problemas relacionados ao sono em suas crianças. Além disso, no caso dos adultos, o sono é essencial, mas uma das últimas prioridades na vida de gente grande. As pendências do trabalho, as multitarefas da faculdade, a reunião à noite, dentre outros compromissos, são mais importantes do que as sete horas de sono recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A gente grande não para nem para pensar que o déficit do sono pode prejudicar o processamento de informações e atrapalhar o rendimento no trabalho ou nos estudos, por exemplo. Para quem realmente não tem tempo de investir nas horas recomendadas de sono, por noite, existe a ajuda da famosa sesta. Segundo pesquisa do IMS, a soneca do meio-dia reverte a sobrecarga de informação e aumenta em 20% o aprendizado. Isso porque os estudos revelam que o sono serve para consolidar as memórias de hábitos, ações e habilidades aprendidas durante o dia. 

Além disso, com relação ao meio corporativo, um estudo do Centro de Pesquisas Britânico Demos e Ikea revelou que as pessoas em cargos de chefia são as que mais sofrem de perda de sono. O relatório da Dream On apurou que, enquanto 39% das pessoas julgam dormir pouco, a porcentagem de ocupantes de cargos de chefia que julgam dormir pouco é de 50%. Essas pessoas têm, no geral, entre 35 e 44 anos de idade e possuem filhos pequenos. Ainda, na pesquisa – que está disponível no site do IMS –, apura-se que 19% dessas pessoas percebem que a privação do sono afeta seu desempenho e, inclusive, os faz cometer erros. Com relação aos motivos, os entrevistados disseram que a principal causa da privação do sono é a preocupação com o trabalho.

Por essa razão, a OMS indica que o estresse é prejudicial à qualidade do sono e, em decorrência disso, à saúde. A presença do estresse pode ocasionar na elevação dos níveis de cortisol no sangue. Segundo o Dicionário Informal, ‘cortisol’ também é conhecido como o hormônio do estresse, que causa o aumento da pressão arterial, dos batimentos cardíacos e da tensão muscular. Quando o hormônio está em quantidades ideais no sangue, ele acorda o corpo e é lançado no sangue para despertar o corpo. Ou seja, no caso do estresse, em que o cortisol é liberado em quantidades excessivas, o organismo não consegue adormecer.

Dormir pouco pode interferir, também, no peso. Quanto menos se dorme, mais se aumenta o apetite e a fome. Um estudo realizado pela Universidade de Chicago revelou que as pessoas que dormiram durante apenas quatro horas apresentaram níveis de leptina 18% mais baixo. A leptina é uma proteína produzida pelas células adiposas que intervém na regulação do peso e atua no hipotálamo para diminuir o apetite e queimar a gordura acumulada. Ou seja, foi reduzida a produção da proteína nos corpos de quem dormiu pouco. Além disso, a pesquisa revelou que as mesmas pessoas apresentaram um nível de grelina 27% mais alto. A referência era com relação a um grupo de pessoas que dormiu por dez horas. A grelina também é conhecida como o hormônio da fome, que é ativado quando o estômago está vazio e, então, provoca a sensação de fome e estimula o apetite. 

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