Iluminar é dar vida à decoração

A luz, com suas diversas funcionalidades, é a linguagem da arquitetura com o ser humano, pois mexe com seus sentimentos e humor

Postado em: 14-06-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A luz, com suas diversas funcionalidades, é a linguagem da arquitetura com o ser humano, pois mexe com seus sentimentos e humor

Loízia Paiva especial para O Hoje 

A iluminação de um ambiente deve ser focada na funcionalidade, na harmonização com a decoração e na economia energética. Há atividades que necessitam de mais luz – como ler, cozinhar e trabalhar no computador. E o tipo de iluminação a ser usada muda de acordo com a atividade. Por exemplo: para o preparo de refeições, a iluminação não deve modificar a cor dos alimentos; quando estiver trabalhando no computador, a fonte de luz não deve estar direcionada para o rosto do usuário nem para o monitor; no momento de estudo, o correto é iluminar de forma a não causar sombras e não ofuscar a visão de quem esteja lendo. 

A quantidade de luminosidade também é importante: tente ler com uma iluminação extremamente forte ou muito fraca! A iluminação pode modificar totalmente o clima de um ambiente e, atualmente, os equipamentos de automação têm facilitado muito o projetista da iluminação e o cliente, que pode, com um simples toque, transformar sua sala, em um cantinho aconchegante, ou uma sala de cinema ou um ambiente luminoso de festa.

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Para deixar sua casa mais funcional, bonita e agradável para todos os momentos e atividades, os lustres, abajures e luminárias são os complementos perfeitos para a iluminação de salas e quartos, por exemplo. Eles servem como um tipo de iluminação indireta, o que dá um clima aconchegante ao ambiente. As opções são variadas. E possuem estilos clássico, romântico, moderno, contemporâneo, retrô. Podem ser pequenos, imensos, simples, luxuosos, sofisticados ou discretos, feitos de cristais, vidros, pedrarias, tecido, laminados, cobre, material reciclado ou até mesmo artesanal. Uma verdadeira variedade para todos os tipos de gostos e bolsos.

Ambientes modernos pedem lustres, abajures ou luminárias com design bem arrojados e que ficam perfeitos, principalmente, em tonalidades neutras – como branco, preto, cinza e marrom. Para ambientes que nos remetem ao romantismo, claridade é fundamental. No canto do sofá, coloque uma mesinha com um abajur com base de madeira. Geralmente, os abajures usados em ambientes mais clássicos têm cúpula de tecido ou em fibra de náilon.

Dicas 

Os lustres normalmente são usados sobre a mesa de jantar. Mas, na Casa Cor Goiás 2016, os profissionais mostram que as peças estão ganhando cada vez mais espaço nas casas e deixando de figurar apenas no topo do local onde as famílias se reúnem para fazerem suas refeições. Os lustres são vistos com frequência também em ambientes de estar, como fizeram as designers de interiores Meire Santos e Karla Oliveira; nos quartos, como proposto pelos arquitetos Giovanni Borges e Alexandre Milhomem; e até na biblioteca, como inovou a arquiteta Cláudia Zuppani. Em todos eles, o resultado foi charme e requinte aos cômodos.

O abajur é um eterno hit, complemento perfeito para a iluminação de salas, quartos e ambientes de trabalho, deve ser posicionado sobre mesinhas laterais para trazer uma luz suave na altura do rosto das pessoas. O tamanho depende das dimensões do espaço e da altura da mesa de apoio. No loft Piano et Vin, de 100m², a arquiteta Milena Niemeyer escolheu dois abajures grandes e suntuosos com base de vidro de murano para posicioná-los nas mesas ao lado do sofá, que são pequenas e baixas. Já os arquitetos Heitor Arrais e W. Leão Ogawa, que projetaram um espaço de apenas 33m², o Lar Office Lar, mostraram que os abajures também são bem-vindos, mas nesse caso menor e mais simples, proporcionando o mesmo charme. Eles incumbiram a peça a tarefa de dar cor ao espaço. Em um ambiente repleto de tonalidades neutras, o amarelo arrematou com o ar leve e alegre que gerou.

Luminárias para ler e estudar: essa era a regra há poucos anos. Mas como em um projeto arquitetônico e de design, as regras são modificadas, constantemente, e prevalecem as particularidades do contexto físico e as preferências plásticas, sempre com a preocupação de garantir a relação proporcional necessária para se criar uma definição espacial harmoniosa e bela, atualmente as peças estão expandindo fronteiras. Na vigésima edição da Casa Cor Goiás, elas estão presentes, sim, em espaços para leitura e estudo, como no Office da Escada, projetado pela arquiteta Josy Brandstetter e pelo designer de interiores Denis Rezende; na Sala do Artista, por Andreia Spessatto e Naira Sá; na Sala de Estudos, criada pelas arquitetas Natália Maciel e Rachel Borges; mas destacam-se também na Cozinha, de autoria dos arquitetos Thiago Cardoso e Aline Torres e até no topo de uma banheira na Casa da Dina, elaborada pelas arquitetas Flávia Araújo e Juliana Resende e pela designer de interiores Ednara Braga.

Efeitos

A iluminação interfere diretamente na maneira como vemos e sentimos o ambiente. Cores e texturas devem ser pensadas junto com à luz e seus efeitos. Com a iluminação, é possível ampliar ou reduzir a sensação de tamanho de um cômodo, valorizar peças na decoração, gerar a sensação de conforto ou até mesmo direcionar circulações.

Na decoração, existe o efeito da luz direta, que é uma luz suave que não incide de um foco direcionado em particular. Para criar este efeito de iluminação, deve-se utilizar materiais e cores de boa reflexão para tornar a luz mais abrangente, menos ofuscante e tornar as sombras mais suaves (é a luz produzida, por exemplo, por uma persiana ou cortina semitransparente). A luz indireta é jogada  em um plano, e este a reflete para o ambiente de maneira indireta e sem ofuscamento. Este efeito é conseguido por meio de luminárias opacas e sancas de gesso.

Já o foco da luz dirigida incide predominantemente em uma direção em particular, sobre uma mesa de trabalho, um quadro, ou objeto qualquer, como o arquiteto Pedro Ernesto Gualberto e a designer de interiores Leandra Castro optaram por fazer nos criados mudos do Studio 03 da Casa Cor  Goiás. Para obter este efeito, utilizam-se refletores ou lâmpadas refletoras para dirigir o foco de luz. O efeito wall washing – conhecido como “banho de luz em paredes” – é obtido através da fixação de spots direcionáveis ou embutidos no teto e/ou de luminárias de piso embutidas, que focalizam uma extensão de parede. O efeito wall washing permite valorizar detalhes arquitetônicos, destacando volumes, cores e texturas.

Outro efeito bastante explorado em ambientes é o downlight (“luz dirigida para baixo”) que busca ocultar a fonte luminosa, evitando o ofuscamento das pessoas, focalizando a luz e aumentando o rendimento luminoso. As luminárias são específicas de embutir no forro e possuem diversos formatos. Através de várias luminárias, é possível compor um ambiente diferenciado e único. E o up light, que é o efeito criado ao se iluminar elementos verticais, como árvores e arbustos, ao exemplo do que foi feito na mostra goiana pelos engenheiros agrônomos e paisagistas Marden Rezende e Joana Monteiro no Pátio das Tamareiras. A sua finalidade também pode ser atingida se utilizada em estátuas e colunas de prédios. Quanto mais próximo estiver o projetor, mais luz rasante se obterá. 

A Casa Cor Goiás 2016 segue até 22 de junho, na Rua 30, esquina com Avenida Tocantins, Centro de Goiânia (antigo prédio da CMAC Juarez Barbosa). 

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