Os próximos da fila

Estreando no sertanejo, Fernando Nasser & Rodrigo contam com a experiência em bandas de baile e a forte influencia do cowntry americano como diferenciais

Postado em: 15-06-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Os próximos da fila
Estreando no sertanejo, Fernando Nasser & Rodrigo contam com a experiência em bandas de baile e a forte influencia do cowntry americano como diferenciais

JÚNIOR BUENO

O nome da dupla segue a fórmula da maioria das que já estão no mercado: primeira voz, com nome e sobrenome, seguido da segunda voz, apenas com o nome. A cidade onde começaram a carreira também é a mesma dos principais nomes da música sertaneja contemporânea: Goiânia. Mas as semelhanças param por aí. A dupla Fernando Nasser & Rodrigo começou a tocar junto há quatro anos, mas ainda dá os primeiros passos da carreira no concorridíssimo mercado da música sertaneja. 

Continua após a publicidade

Eles possuem dois grandes diferenciais em termos de experiência nos palcos e influência musical. O primeiro é que os dois foram cantores de baile, naquelas bandas que tocam em todo tipo de festa e que sempre têm um repertório variado para todas as ocasiões. Se você já dançou Wisky a Go Go no fim de um baile de formatura em Goiânia, nos últimos anos, é provável que Fernando ou Rodrigo – ou os dois – tenha feito parte da banda que executou a famigerada canção do Roupa Nova, afinal, cada um deles já passou por mais de três bandas dessas ao longo da carreira.

Fernando Nasser Silva, na música desde 2001, e Rodrigo Coelho de Sousa, vivendo de música desde 1991, vieram a cantar juntos pela primeira vez no fim de 2011, quando na ocasião eram integrantes da Banda Young, umas das bandas mais requisitadas no formato evento social. 

Outro diferencial é que eles têm um pé no sertanejo de raiz. Mas quando eu falo de raiz, é coisa de 30 anos atrás, quando era fora de moda gostar de moda de viola. Chitãozinho & Xororó é modernidade perto disso. “Na minha vida, eu sempre ouvi o sertanejo mais tradicional”, diz Fernando Nasser. 

O outro pé, com uma bota invocada, saltita no ritmo do country americano. Ritmo de Alan Jackson, Alabama e Willie Nelson, ídolos da dupla e referência direta no som e no estilo. “O sertanejo de hoje em dia é claramente influenciado pela música pop, por exemplo, a dupla Jorge & Mateus, que possui letras e melodias mais elaboradas. Mas é possível perceber uma influencia forte de John Mayer,” diz Rodrigo. A mistura do sertanejo tradicional com o country americano da dupla pode ser conferida em vídeos no Youtube, como o registro ao vivo de Telefone Mudo, do Trio Parada Dura, e outro com um cover de Dixieland Delight, da banda Alabama.

Nesses quatro anos, Fernando Nasser e Rodrigo vêm somando suas experiências e gostos musicais em prol de um projeto ousado: formar uma dupla sertaneja com uma linguagem musical mais refinada, cultuando as raízes desse segmento e, ao mesmo tempo, inovando. Segundo a dupla, o começo da carreira é uma fase difícil, porém ter sucesso é totalmente possível, considerando alguns fatores como influências musicais, formação, experiência e uma busca incansável por um resultado de qualidade.

Prova disso é o repertório, que vai do romântico ao eletrizante, do tradicional ao irreverente, sem perder o conteúdo e a referência da verdadeira música sertaneja. É bem verdade que, neste começo de carreira, é quase obrigação da dupla cantar sucessos radiofônicos atuais, como o arrocha e o sertanejo, movidos a farra, carro e bebida. “Não dá para não cantar essas músicas”, diz Fernando. 

Mas nos planos deles há o lançamento, em 2016 ainda, de um EP – e, o mais rápido possível, de um CD completo. As composições são próprias, algumas com parceiros como o irmão de Rodrigo, que tem na família suas origens musicais. “Meu pai é guitarrista, minha mãe é cantora de baile e meus irmãos são todos músicos”, diz ele.

Os dois rapazes, que visitaram a redação de O HOJE recentemente, estão trabalhando para que o que já possuem, que é talento e determinação, os tragam o que ainda falta, que é sucesso e reconhecimento. Ainda sem um grande esquema de produção por trás – empresário, manager, assessores ou consultores variados –, eles ainda ‘se viram’ em variadas funções. Por enquanto, ainda aguardam na fila a vez de serem reconhecidos aonde quer que forem. A impressão é de que, quando o sucesso chegar, e ele há de vir, os encontrará trabalhando duro, que nesse negócio de música não há espaço para preguiçosos.

 

Veja Também