Como evitar que crianças tenham coqueluche

Vacinação de adultos e amamentação reduzem chances de transmissão antes da conclusão do ciclo de imunização infantil

Postado em: 21-06-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Como evitar que crianças tenham coqueluche
Vacinação de adultos e amamentação reduzem chances de transmissão antes da conclusão do ciclo de imunização infantil

Algumas doenças comuns em crianças, que eram tidas como erradicadas, reaparecem e dificultam o diagnóstico. É o caso da coqueluche, que obteve um aumento em dez vezes nos casos nacionais, em um período de quatro anos, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde. Especialistas acreditam que a falta de reforço na vacinação, em adultos, é o que está motivando essa volta. 

Segundo Alberto Chebabo, infectologista que integra o corpo clínico do laboratório Atalaia, a principal medida para evitar a coqueluche – e demais doenças que afetam o recém-nascido – é manter a carteira de vacinação em dia, tanto das crianças quanto dos adultos. “No caso da coqueluche, é necessário vacinar as crianças aos 2,4 e 6 meses, e dar reforços aos 15 meses e entre 4 e 6 anos, para que a imunização se complete. Porém estudos mostram que, em mais de 75% dos casos da doença, são os pais que infectam os filhos”, explica o médico. 

Continua após a publicidade

A coqueluche é uma doença respiratória altamente contagiosa, causada pela infecção de uma bactéria que afeta a faringe. A doença é caracterizada por ataques intensos de tosse. “Por isso ela é mais grave nos bebês. Além do sistema imunológico imaturo, o sistema respiratório ainda está em desenvolvimento, o que aumenta as chances de desenvolver pneumonia e insuficiência respiratória, por exemplo. Isso pode levar a internações e provocar paradas respiratórias, capazes de deixar sequelas mentais e motoras por causa da falta de oxigênio no cérebro, ou até levar à morte”, reforça. 

Adultos também devem se vacinar

Nos adultos, os efeitos da doença tendem a ser mais leves, isso porque 1/3 dos adultos infectados não apresentam sintomas mas transformam-se nos principais transmissores para aqueles com maior risco de complicações: os bebês. “Nos primeiros meses de vida, antes de completar o esquema básico de vacinação, os bebês não contam com o sistema imunológico necessário para combater essa doença. Por isso é recomendado que os adultos que vão ter cuidados dos recém-nascidos, como os pais, babás e até avós, sejam vacinados antes do parto”, reforça.

Existe também a opção de imunização da mãe, durante a gravidez, por meio da vacina para gestantes contra coqueluche. “Teoricamente, a mãe transmite anticorpos para o bebê, durante a amamentação, através do leite. Essa é a única forma de reduzir o risco do bebê de se expor às doenças até que se complete o ciclo de vacinação do bebê”, conclui o médico. 

Veja Também