“O meu ponto forte é a criação”

Artista plástico celebra retorno ao trabalho e inaugura um espaço de decoração em Goiânia

Postado em: 11-07-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Artista plástico celebra retorno ao trabalho e inaugura um espaço de decoração em Goiânia

Amanda Cunha 

O artista plástico Marcelo Lima, natural de Jataí (GO), retorna ao trabalho após um período de oito anos ausente  de Goiânia. “A partir do momento em que tive um problema de saúde, praticamente parei de pintar por alguns anos; fui proibido de trabalhar para poder cuidar do meu bem-estar”, explica o artista, que admite ter passado por uma fase de grande desmotivação artística, mas, hoje, comemora seu retorno. “Agora que eu retomei, mesmo, estou com vontade de criar de novo”, celebra Lima, que inaugura sua loja homônima, nesta terça-feira (11), na Capital. 

Trajetória

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O artista começou cedo sua caminhada com a arte. No início, dedicava-se à arte de pintar quadros – trabalhou unicamente com essa técnica por mais de dez anos. “O pessoal me conhecia pelas minhas telas”, diz Lima. O reconhecimento foi tanto que, aos 18 anos, ele já havia ganhado um prêmio da Fundação Jaime Câmara, e foi contemplado com prêmios na Universidade Federal de Goiás (UFG); no extinto BEG – Música e Artes; no Museu de Arte Contemporânea de Goiânia; no Banco Central de Belo Horizonte e na Funarte (SP).

Sua formação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Católica de Goiás (UCG), atual Pontifícia Universidade Católica (PUC), foi um pontapé para a imersão no trabalho artístico, pois, segundo ele, há uma parte do curso de Arquitetura que prepara o aluno para o processo de criação. Não estudou Artes Plásticas – quanto a isso ele é autodidata. 

Lima afirma que sua atuação nas artes supera sua carreira como arquiteto. “Logo que eu comecei a estudar já me envolvi com a parte artística da Arquitetura. O ponto forte do meu trabalho é a criação, porque eu estou sempre buscando coisas novas, materiais novos, ideias novas. Eu não gosto de fazer a mesmice; gosto de desafio. Quando alguém me fala ‘ah, ninguém conseguiu resolver esse problema para mim’, eu já me disponho, porque acho que tudo tem solução”, comenta.

Obras e inspirações

Quando precisou deixar a arte um pouco de lado, Lima se viu “isolado do mundo” em sua casa. Nesse tempo, mesmo em reclusão pela sua saúde, ele começou a fazer seus trabalhos artísticos distintos do que tinha costume, especialmente esculturas. “Isso foi crescendo, naturalmente, e hoje estou fazendo peças bem diferentes, um trabalho de reciclagem, no qual trabalho com muito material diferente: vidro reciclado, garrafa de cerveja, refrigerante, vidro de vidraçaria, madeira, cobre, alumínio, resina… De todos os materiais eu praticamente faço reciclagem”, explica o artista, que confecciona esculturas (de variados tamanhos),  como centros de mesa, luminárias, quadros, móveis, mesas de centro, puxadores, cubas, dentre outros itens.

Com essa variedade, Lima conceitua seu trabalho como “atual”. Segundo ele, sua arte não chega a ser contemporânea nem de vanguarda, mas carrega uma grande pluralidade de temas e formas: “No geral, meu trabalho é muito eclético. Vai de animais a figuras abstratas. Pessoas me conhecem pelas minhas formas inusitadas de criação, meus quadros, pratos… Procuro trazer para a tridimensionalidade o que eu vejo, penso e sinto”.

Sobre sua inspiração no mundo artístico, ele afirma admirar o trabalho que Pablo Picasso fez. Mas, como busca originalidade e fugir do comum, suas ideias nascem dos momentos mais simples de sua vida. O dia a dia é sua maior motivação para criar. Ele conta que uma simples conversa com alguém ou uma caminhada na rua são capazes de despertar em sua mente lampejos de criatividade. “Vejo um tronco de árvore e já imagino como fazer uma forma inusitada a partir dele, e essa é uma imagem que eu poderia trabalhar em resina ou em vidro, por exemplo”, explica. O processo de criação, para Lima, é muito variado.

A matéria-prima utilizada para realizar suas obras é ele próprio quem procura. “Eu mesmo vou atrás dos materiais que uso para elaborar meu trabalho. Essa é uma parte muito pessoal do processo de criação, porque somente o artista sabe qual material vai funcionar para o que ele pretende fazer”. O artista plástico faz questão de enaltecer a importância de se valorizar esses materiais que, “geralmente, são desprezados por muitas pessoas envolvidas no mundo da arte”.

O espaço

Arquitetos, decoradores, amantes das artes e pessoas interessadas em decoração compõem o público que prestigiará tanto a inauguração do espaço quanto as obras de Marcelo Lima. Todo o mobiliário é de autoria do artista – exceto as cadeiras –, e o exterior do local estará repleto de peças novas. O lançamento ocorrerá, na noite de hoje, com um coquetel para convidados. 

De acordo com ele, antes da ideia de montar seu espaço, fez muitas exposições em locais como Belo Horizonte (MG), São Paulo (Fundação Nacional de Artes – Funarte), Brasília (DF) e Rio de Janeiro (RJ). Além disso, alguns trabalhos seus foram vendidos para fora do País. 

Fora da Capital, Lima costuma vender suas obras em galerias. Já em Goiânia, suas peças fazem parte da decoração de hospitais e escritórios de advocacia. “Há grandes hospitais, aqui em Goiânia, que têm vários trabalhos meus, e alguns têm a decoração toda assinada por mim”, finaliza o artista, que também faz trabalhos por encomenda.

SERVIÇO:

Inauguração do espaço ‘Marcelo Lima’ 

Quando: 11 de julho (terça-feira) às19h30 – coquetel para convidados

Onde: Rua 86, quadra F21, lote 65, Setor Sul (loja 5) 

– Goiânia – O local funcionará em horário comercial

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