Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Banda Raça Negra lança DVD neste sábado (7) na Capital

Projeto ‘Goiânia Tem Samba’ traz grupo que popularizou o gênero nos anos 90 no Brasil

Postado em: 07-10-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Projeto ‘Goiânia Tem Samba’ traz grupo que popularizou o gênero nos anos 90 no Brasil

GABRIELLA STARNECK*

A banda Raça Negra lança seu novo DVD – Raça Negra e Amigos II – neste sábado (7), no Atlanta Music Hall, na Capital. A partir das 22h, A banda apresentará ao público goiano músicas de seu disco digital, que foi gravado neste ano, em São Paulo, com participação de vários artistas – como Bruno & Marrone, Chitãozinho & Xororó, Eduardo Costa, Léo Magalhães, Leonardo e Wesley Safadão. Zezé Di Camargo e Luciano também integram o time de convidados ao lado dos cantores Thiaguinho e Xand Avião. Vale ressaltar que, em 2012, o DVD Raça Negra & Amigos foi gravado, aqui em Goiânia, com as participações de astros do pagode.

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Depois de cinco anos, o grupo retorna à Capital para lançar o DVD, que promete trazer muita emoção aos amantes do samba. O vocalista e líder do Raça Negra, Luiz Carlos, afirma que a energia dos goianos é muito boa, e que o desejo do grupo é atender as expectativas do público.  “Com tantos anos de carreira, posso me dar o luxo de falar que temos uma legião de fãs, e queremos, desde sempre, agradar a todos. O DVD Raça Negra e Amigos II tem um repertório tão legal que queremos leva-lo para todos, afinal eles fazem parte do Raça Negra também. O repertório está incrível, cheio de grandes sucessos, e tenho certeza de que vão gostar muito!”, afirma o vocalista. 

A banda

O Raça Negra é um grupo de pagode que foi criado em 1983, em São Caetano do Sul, São Paulo. Naquela época, o samba ainda era marginalizado e taxado como gênero que só abordava temáticas ligadas a favelas, mas o Raça Negra contribuiu para desconstruir essa visão em torno do gênero. “Nós mostramos que o samba não era só sobre marginalização, nós viemos com um romance, uma história romântica e deu certo. Acredito que essa tenha sido uma das nossas maiores contribuições para o gênero. Começamos a falar de amor, e o público percebeu que o samba não era só aquela coisa negativa, nós popularizamos o ritmo, e tiramos a antiga imagem que ele vinha carregando”, afirma Luiz Carlos. 

A partir dessa mudança, O Raça Negra popularizou o estilo no Brasil, e deu início à era do pagode que invadiria as rádios populares, na década de 1990, transformando esse período nos anos de ‘ouro do samba’. “No início, nós só queríamos mostrar que o samba não era algo negativo – como muitos estavam mostrando. Fomos popularizando, transformando o ritmo em algo que as pessoas pudessem ouvir e se identificar, e acho que conseguimos, não é mesmo? (risos). Ficamos muito felizes em ver que o Raça Negra é um dos pioneiros nessa trajetória e que logo depois vieram outros grupos se espelhando em nós”, afirma o vocalista. 

Luiz Carlos também ressalta que, ao longo da carreira, a banda não alterou muito o estilo musical, nem nas temáticas da canção. “Nunca tivemos um tema exato, falamos sobre coisas cotidianas que acontecem comigo, com um amigo, ou algum conhecido; qualquer história que renda uma boa inspiração nós estamos falando. Nossa mudança é mais para seguir uma adaptação do mercado, mas nossa essência continua a mesma, nossos fãs gostam do jeito em que estamos, então não vamos mudar tão cedo (risos). Acredito muito naquela frase que diz que ‘não se mexe em time que está ganhando’, então vamos seguir o jogo!”, explica o vocalista.

‘Goiânia Tem Samba’

O projeto Goiânia Tem Samba é um festival que se inspirou na iniciativa de outros estados de trazer o gênero para as regiões, como Samba Recife, Samba Brasília, dentre outros. Esse projeto contribui para que o samba fosse valorizado e divulgado em outras regiões, e, segundo Luiz Carlos, o samba, hoje, está em todo o Brasil. “Hoje, vemos diversos grupos e cantores de samba, o gênero está no Brasil inteiro, todos gostam e cantam, afirma o vocalista”. 

Outro fator que contribuiu para a propagação do samba foi o fato de as pessoas perceberem que o gênero poderia falar de amor – ou de outros assuntos. Luiz Carlos destaca a importância do projeto Goiânia Tem Samba principalmente em uma cidade em que o estilo musical não é predominante. “Goiânia sempre foi conhecida como a ‘Capital do sertanejo’, e não é para menos, afinal grandes nomes do gênero nasceram e cresceram aí. Então acredito que existir um festival voltado para o samba, em local onde outro estilo musical é predominante, é ótimo! Mostra que o Brasil é grande culturalmente. Temos espaço para todos os estilos em todos os estados. Se existe uma demanda grande, a ponto de criar um festival, é porque o público está pedindo, tem essa necessidade também”, afirma o líder do Raça Negra.

Show

O Raça Negra traz a Goiânia canções que contagiaram o País. “Nossa apresentação vem com muitos sucessos como Cigana, Maravilha e Cheia de Manias, é claro”, diz Luiz. A banda, anteriormente, estava focada no projeto Gigantes do Samba, idealizado pelos líderes do Raça Negra e do Só pra Contrariar, Luiz Carlos e Alexandre Pires. Encerrada a segunda temporada do projeto, Luiz Carlos voltou a priorizar o grupo paulistano de pagode.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação 

da editora Flávia Popov

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