Escrever aos 50: Uranio Bonoldi relata diferenciais dos escritores com mais idade

Uranio Bonoldi, autor da saga ‘A Contrapartida’, relata que a vantagem dos escritores com mais idade está no acúmulo de vivências e no aumento de repertório

Postado em: 29-06-2023 às 09h30
Por: Redação
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‘A Contrapartida’ é considerado um dos principais thrillers nacionais dos últimos anos, chegando a alcançar o ranking dos mais vendidos na Amazon | Foto: Reprodução

Plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro… O ditado diz que todo mundo deveria realizar essas três experiências. A escrita, porém, é um grande desafio para muitos, em função de possíveis inseguranças, obstáculos de todos os gêneros e à falta de prática, a decisão por seguir esse chamado acaba sendo postergado ao longo da vida. Entretanto, o escritor Uranio Bonoldi, autor da bem-sucedida série literária ‘A Contrapartida’, opina que por mais que seja necessário vencer os medos que impedem a produção de um livro, também não é necessário ter pressa. Para ele, há muitos benefícios em ingressar na carreira literária com mais idade.

Tendo trabalhado por mais de 30 anos na gestão de grandes e pequenas empresas, Bonoldi teve sua carreira profissional marcada pelos desafios do mundo corporativo, pouco relacionado com o campo da literatura ficcional. Porém, aos 55 anos, decidiu unir os dois universos ao observar a dificuldade que as pessoas tinham para tomar decisões nas corporações em que trabalhava, utilizando suas percepções para criar literatura ficcional. “Escolhi escrever sobre tomada de decisão para o público mais jovem, que representa o futuro da sociedade – os futuros gestores de empresas e de projetos, seja em qual for o campo. E como despertar o interesse dos jovens sobre o tema? Escolhi o gênero thriller, que o público jovem adora. Assim nasceu a saga ‘A Contrapartida’”, diz.

Para Bonoldi, ter iniciado a carreira de escritor com mais idade foi um desafio tanto pessoal quanto profissional, uma vez que já estava consolidado em outra área no mercado. “Ainda assim, pude sentir as vantagens que a idade traz. Quando se é muito jovem, pode nos faltar maturidade e conhecimento, o que nos impede de enxergar o mundo de forma clara, e isso pode se refletir nas obras que produzimos. Já quando somos mais velhos e vividos, adquirimos uma infinidade de experiências em diversos campos da vida – relacionamentos, trabalho, família, amizades – que podem tornar nossa produção mais rica”, opina.

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A ampliação de repertório é outro ponto que a idade favorece para os escritores mais velhos. “Jovens escritores também são jovens leitores, e às vezes isso pode ser bastante limitante. Quando se está acostumado com obras mais simples, focadas no público iniciante, pode faltar bagagem cultural para que os livros escritos tenham maior consistência. Com a idade e ampliação do leque de leituras, conseguimos ir além do básico e imprimimos um pouco dessas referências nos livros que escrevemos”, pontua.

‘A Contrapartida’ conta a história do menino Tavinho, um jovem que para não frustrar a mãe e honrar a memória do pai, vítima da violência da cidade de São Paulo, aceita tomar um elixir da sabedoria que o torna mais inteligente e astuto. Mas a decisão desencadeia no assassinato de pessoas em série, o que o coloca em um dilema ético. O mais recente volume, ‘A Contrapartida III – A contra-história’, Bonoldi revisita os livros anteriores para mostrar o que aconteceria se Tavinho tivesse tomado uma decisão diferente na trama.

O escritor também se lançou no mercado de livros de não-ficção, com a obra ‘Decisões de alto impacto: como decidir com mais consciência e segurança na carreira e nos negócios’. O projeto traz uma metodologia própria para tomada de decisão no mundo corporativo, o que dialoga com a saga ‘A Contrapartida’. “A tomada de decisão é a coluna dorsal tanto dos meus livros de ficção quanto de não ficção. Mas confesso que foi um risco que tomei ao iniciar minha carreira literária com o gênero thriller. Seria mais conveniente se tivesse iniciado com não-ficção, seguindo mais próximo da minha carreira de gestor, mas a escolha que fiz foi acertada e bem-sucedida”, finaliza.

‘A Contrapartida’ é considerado um dos principais thrillers nacionais dos últimos anos, chegando a alcançar o ranking dos mais vendidos na Amazon. A saga deverá completar cinco volumes, sendo que o quarto já está em fase de produção. Novos livros sobre carreira e negócios também deverão ser lançados em um futuro próximo.

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