Instrumento de amor

Hipnoparto: Técnica promete um parto mais natural, feliz e com menos dor

Postado em: 08-07-2023 às 07h25
Por: Elysia Cardoso Ferreira
Imagem Ilustrando a Notícia: Instrumento de amor
Na prática, a gestante utiliza técnicas de autohipnose, como meditação e sugestões positivas, para controlar suas emoções | Foto: Reprodução

A humanização do parto tem o objetivo de colocar a gestante como protagonista do processo, considerando seus desejos, levando em conta sempre sua saúde e bem-estar, sem intervenções desnecessárias. “Ao contrário do que muitos pensam, o parto humanizado não se define simplesmente por ser o parto na água, em casa ou parto normal. Independentemente do tipo ou via de parto, ele pode ser humanizado quando os desejos e necessidades da mulher são respeitados e ela e seu bebê são vistos como os protagonistas desta cena”, esclarece a psicóloga e especialista em hipnoparto, Luciana Wovst.

Hipnose no parto

Uma das maiores preocupações das mulheres quando descobrem a gravidez é como lidar com a dor do parto. É nesse momento que a hipnose, através do hipnoparto, aparece como aliada para aliviar a dores comuns do parto.

A recomendação lançada em 2016 pelo Ministério da Saúde nomeada Diretriz Nacional de Assistência ao Parto Normal, indica a hipnose no trabalho de parição. Trata-se do item 35 da seção 6.3, que aborda estratégias e métodos não farmacológicos de alívio da dor no trabalho de parto. O texto sugere: “A hipnose pode ser oferecida às mulheres que desejarem usar essa técnica durante o trabalho de parto, se houver profissional habilitado para tal”.

Continua após a publicidade

A hipnose é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que classifica a “hipnoterapia como um instrumento viável no controlo e modulação da dor, no tratamento de diversas doenças crônicas e de caráter emocional” (OMS). A hipnose é uma técnica válida e comprovada cientificamente, por isso é reconhecida e recomendada pela APA, OMS e pelos principais órgãos de saúde do mundo. 

Sullyane da Silva Gomes Pinheiro, de 35 anos, é mãe de quatro filhos: uma de 11, 4, 2 anos e o caçula com um mês. Na última gestação ela conheceu a técnica de hipnoparto e afirma que a experiência foi diferente. “Cada parto é único. Levo muito a sério essa questão psicológica e emocional. A questão física, emocional e espiritual tem que estar toda conectada”, enfatiza. Segundo ela, quando conheceu a hipnose durante a gestação começou a compreender que a dor física não seria à toa e sim um processo. A equipe sugeriu trocar algumas palavras por outras, como comparar a contração (sinônimo de se fechar) em ondas do mar. 

A própria psicóloga Luciana Wovst, mãe de dois filhos, um de 4 anos e a caçula de 6 meses, também viveu na pele a experiência do hipnoparto e mergulhou na jornada. Ela aponta que além da metáfora de “ondas do mar”, frases e palavras de afirmação durante a gestação e na hora do parto também ajudam a entender o processo com um olhar afetuoso e encorajador. “No momento mais desafiador, ler essas frases fez a diferença”, diz. 

Ao contrário de medo, Luciana conta que sentiu desejo de ter a minha filha nos braços. “Sem sombra de dúvidas viver um parto com um entendimento positivo e o devido preparo psicológico levam a uma experiência transformadora. E uma mulher que pode ter essa vivência de parto positiva nunca mais será mesma. Ela renasce mais forte e tem uma sensação incrível de autoconfiança”, argumenta.

Compartilhando experiências positivas

Agora Luciana Wovst vai compartilhar a experiência em um workshop – Parto Sem Sofrimento – no dia 08 de julho, das 14h às 19h, no auditório do Hub Cerrado. O evento vai contar com a participação especial da equipe Renascer, referência em Parto Humanizado em Goiânia, com os enfermeiros obstetras Paula Ávila, Diego Mattos e Giovanna Faustino.

Veja Também