‘Música: muito mais que diversão’

Em Goiás, diversos profissionais das mais variadas áreas de atuação sonham com a carreira musical que, hoje, é apenas um hobby apaixonante. Neste Dia do Cantor, o ‘Essência’ apresenta alguns deles

Postado em: 13-07-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Em Goiás, diversos profissionais das mais variadas áreas de atuação sonham com a carreira musical que, hoje, é apenas um hobby apaixonante. Neste Dia do Cantor, o ‘Essência’ apresenta alguns deles

FERNANDA CAPPELLESSO

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Quando vemos cantores de sucesso, em shows ou na televisão, temos dificuldade em imaginar que muitos deles exerciam profissões humildes antes de conquistar a tão sonhada fama. Eles garantem que o caminho não foi fácil e que percorreram uma estrada árdua até chegar ao estrelato. 

Marcelo D2, por exemplo, foi um verdadeiro ‘faz de tudo’. Consertou e também atuou como porteiro, vendedor e camelô. O cantor Fábio Júnior, por sua vez, era entregador de jornais. Luciano, da dupla com Zezé, era engraxate. Leonardo plantava tomates. Mariano, da dupla com Munhoz, entregava marmitas, assim como Ivete Sangalo. Cláudia Leite era repórter.  Léo Santana vendia frango assado nas praias da Bahia. O sertanejo João Paulo, que fazia dupla com Daniel, era pedreiro – assim como o sertanejo Marcelo Martins, da dupla com João Lucas, que também atuou como caseiro, operador de jato de areia e roçador de pasto. 

Ao recordar os trabalhos desenvolvidos, Marcelo destaca que seus primeiros shows, de fato, ocorreram nas empresas em que trabalhou. “Era convidado para cantar em confraternizações, aniversários, datas comemorativas. E isso era muito especial, porque era muito bom receber o carinho de quem trabalhava comigo”, relembrou acrescentando que não podia se dedicar exclusivamente à música, naquela época, porque o início de carreira é sofrido e bem pouco rentável. 

O cantor destaca, aind, que foi um de seus patrões um dos maiores incentivadores da sua carreira. “Ele me chamou e disse: ‘Marcelo, decide o que você quer da sua vida. Se você quiser continuar aqui comigo, vou te mandar para São Paulo fazer um curso para ser promovido. Agora, se quiser cantar – e essa seria a escolha que eu faria no seu lugar –, eu vou pagar para você gravar um disco”, conta o cantor recordando seus primeiros passos. 


Um pagodeiro na obra

Neste dia 13 de julho, além do Dia Mundial do Rock, é celebrado o Dia do Cantor. Nas empresas goianas, é muito fácil encontrar cantores que se esforçam, no trabalho árduo, e que têm a música como um hobby.  Este é o caso de Edmundo Mendes, 60, conhecido como ‘Edmundo Aragão’ – devido à sua aparência física de timbre de voz com o cantor Jorge Aragão, de quem é fã. 

Edmundo, que atua como gestor de obras, começou na Elmo Engenharia, há 35 anos, como pedreiro. Atuando em Iporá, ele conta que, durante a semana, não tem tempo para se dedicar à música, que é uma verdadeira paixão, por conta da rotina de trabalho, e destaca que, nos fins de semana, toca em barzinhos. Intérprete de samba e MPB, Edmundo destaca que a música é muito mais que diversão. “Ela é quase tudo. É meu sonho”, revela o cantor que há 30 anos investe tempo e dedicação na carreira musical.

“Se eu tivesse, de fato, chance no mercado musical, é claro que abraçaria a música com todo o meu empenho, mas a carreira de cantor no Brasil é muito difícil e concorrida. Tem muita gente boa buscando oportunidade todos os dias”, disse Edmundo que há 20 anos faz os shows dos eventos de confraternização da empresa em que trabalha. 


O sertanejo carpinteiro

História parecida tem o carpinteiro Adilton Ramos do Bonfim, 44 anos. Adilton, que atualmente faz parte da equipe da Consciente Construtora, canta sertanejo e toca violão, que aprendeu a tocar sozinho lendo revistas de banca. Fã de Milionário e José Rico, o carpinteiro cantor deixa claro que gosta do chamado ‘modão’, que é o sertanejo antigo e apaixonado.

Adilton atua há 20 anos como carpinteiro e se dedica à música há 15. Na obra em que trabalha, é bastante conhecido, e é o responsável pelo som das confraternizações das festas da empresa. O carpinteiro revela que não sabe o que seria da sua vida sem a música. “A música representa muito para mim. É mais que um hobby. Ela é minha companhia. Em todos os momentos, eu ouço e, quando posso, canto e toco”, finaliza.


Os cantores de escritório

Para o auxiliar de escritório no departamento de patrimônio, marketing e suprimentos da FR incorporações Carlos Henrique Barroso, 18 anos, a música é o sonho da sua vida. Carlos aprendeu a tocar e cantar antes dos 8 anos de idade, com o pai, que também tem a música como hobby. Por meio da internet, aperfeiçoou suas habilidades com tutoriais de instrumentos e canto. 

“Não sou profissional, infelizmente, gostaria de seguir carreira e tudo mais, mas faltam oportunidades. A música pra mim tem sido mais para o lazer mesmo. Toco e canto em alguns eventos, missas e para a família (quando se reúne em almoços no fim de semana, aniversários dos tios, primos). Gosto de tudo – rock nacional, MPB, reggae, mas o que mais toco é sertanejo”, conta Carlos Henrique que se diz fã do Gusttavo Lima.

Já o administrativo de obras da Toctal Engenharia, Diego Freitas, 27, se dedica à música por 14 anos. O cantor de fins de semana – como ele se intitula– que já participou de shows de calouros no Piauí, está aprendendo a tocar violão sozinho, e é fã da dupla Bruno & Marrone. 

Diego revela que tem aprendido tudo sozinho. “Nunca fiz um show, mas espero essa oportunidade. Tenho cantado em festas de fim de semana e aniversários de amigos. Espero que meu próximo passo seja a festa de confraternização da empresa”, revela ao falar que seu acha seu timbre de voz parecido com o da dupla Zé Neto & Cristiano – que é um dos sucessos do momento.


O engenheiro roqueiro

O engenheiro civil da Dinâmica Engenharia Marcello Coelho Caixeta e Silva, 30 anos, divide seu tempo entre a música e as obras.  Vocalista da Banda Cromados, que é formada por ele e pelo médico cirurgião Filipe Dias, Marcello é cantor de pop rock nacional e internacional e se dedica à música desde os 8 anos de idade. Dentre as inspirações do cantor, estão as bandas O Rappa, Skank e os cantores Nando Reis e Zeca Baleiro. 

Com a Banda Cromados, Marcelo se apresenta em bares e faz eventos particulares como chá bar, festas de casamento e de aniversário. Para aprimorar o talento nato, o cantor revela que fez aulas de canto e violão. Segundo ele, a música tem um papel muito importante em sua vida. “A música é meu hobby profissional. É aquilo que me relaxa e que extravasa as tensões”, finaliza. 

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