Rainha do Soul: Sandra de Sá agita o Carnaval na Capital

Artista realiza apresentação no Parque Vaca Brava neste sábado (23), com sua blackmusic brasileira

Postado em: 23-02-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Artista realiza apresentação no Parque Vaca Brava neste sábado (23), com sua blackmusic brasileira

GUILHERME MELO *

A cantora Sandra de Sá, que é conhecida por ter uma alma na blackmusic brasileira, realiza show gratuito em Goiânia neste sábado (23).Encerrando a festa do ‘Carnaval dos Amigos’. A artista, se apresentação no Parque Vaca Brava, durante a noite, quando todos os foliões de vários blocos se encontram no parque.

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Sandra Cristina Frederico de Sá é uma cantora, compositora e instrumentista brasileira,expoente de diversos gêneros musicais, com foco na música popular brasileira e na blackmusic mundial. “O Brasil é todo misturado, tem samba na terra do sertanejo, axé no funk. Somo um povo de música ‘preta”, brinca Sandra. 

Com seus 63 anos, a carioca do subúrbio de Pilares, é considerada como a rainha do soul brasileiro e traz toda seu talento para solo goianiense.É chamada por alguns de ‘Tim Maia de saias’, por se identificar com o cantor no balanço e no timbre grave da voz, além de suas histórias juntos, uma delas foi o famoso clipe do hit “Vale Tudo”, que Tim escolheu Sandra para fazer o dueto com ele. “Não consigo nem explicar, a importância e alegria de ser lembrada assim. É uma reverência, ele foi um grande amigo”, lembra a cantora. Cazuza dizia que, Sandra era a Billie Holliday brasileira. Assim, Sandra é, de fato, uma das maiores vozes de nossa Música Popular. 

Sua africanidade já veio no sangue, pois é neta de um caboverdiano. Seu pai era baterista e, por isso, em sua adolescência Sandra frequentava os bailes de Gafieira, Samba e ‘soul music’, em Pilares e adjacências, além de aprender sozinha a tocar violão e começar a compor suas letras com sua criatividade. Por suas letras belíssimas e de forte conscientização social, ganhou prêmios como cantora e compositora em diversos festivais de Música Brasileira, nos quais, em geral, era inscrita pela amiga e grande fã Fafy Siqueira. 

Em 1977, começou a estudar psicologia, na Universidade Gama Filho, curso que teve de abandonar quase no momento de concluir, pois despontou como compositora, tendo uma de suas composições da época, ‘Morenando’, foi gravada por Leci Brandão. E logo, depois como intérprete. 

O sucesso para valer, como cantora, já no começo de 1980. No festival MPB 80, da Rede Globo, Sandra Sá (como então era chamada, o “de Sá” só incluído no nome artístico alguns anos depois) classificou ‘Demônio Colorido’ entre as dez finalistas e a música obteve repercussão nacional. Sua inscrição nesse festival, já foi resultado da admiração e carinho que fora criado entre ela e a família ‘Araújo’, João e Lucinha, pais de Agenor, o Cazuza, que ainda não era cantor profissional. 

A trajetória de Sandra, nos anos 80, foi fulminante, novos discos de sucessos, composições próprias e de grandes autores, agenda de shows pelos bailes do país, preencheram sua agenda. Além de se tornar uma das maiores cantoras de trilha e aberturas de novela, como ‘Enredo do Meu Samba’, ‘Picadinho de Macho’, entre outras. 

Nessa época surgiram os maiores hits da carreira de Sandra de Sá, que foram as músicas Retratos e Canções, Joga Fora no Lixo, Bye Bye Tristeza, e Solidão. 

Nos anos 90, apesar do ritmo não ser tão acelerado, Sandra marca presença forte no mercado por: gravações incríveis com Djavan, Marina Lima, Carlinhos Brown, Titãs, coral Gospel Monte Mariah (USA), Herbert Viana, entre outros. E pelos sucessos como: ‘Sozinha’ (foi a primeira a transformar a composição de Peninha em hit, seguida por Tim Maia e Caetano Veloso), ‘Vamosa viver’, “Soul de Verão”, etc. 

Ainda gravou um CD de homenagem ao querido amigo “Tim Maia”, sucesso de crítica. Nessa década, Sandra criou a expressão “Música Preta Brasileira”, brincando com a sigla MPB – Música Popular Brasileira. Segundo Sandra, “a nossa música é essencialmente preta (suingada/balançante), pois começa e termina no tambor, no suingue. Não há ritmo que cantemos ou toquemos aqui que não contenha um toque de brasilidade. Isto é a nossa pretitude. Até porque se é popular, é do nosso povo, que é altamente miscigenado.” 

Em 2000, entre shows e eventos, gravou o seu CD “Momentos que Marcam Demais” com a participações especiais: de Falcão (O Rappa, o rapper Gabriel Pensador e Cássia Eller. Foi escolhido o seu show para a festa “Brasil 500 anos” em Maimi/USA. 

Sandra também despontou como atriz no seriado “Antônia”, sobre cantores de rap da periferia de São Paulo, uma produção independente do cineasta Fernando Meirelles, veiculada a partir de novembro de 2006 pela Rede Globo. 

Nesse mesmo ano, participou do festival Rock in Rio Lisboa e durante a Copa do Mundo, em Berlim Alemanha, ela não só deu canja com Ivete Sangalo como ao fez show no “projeto Copa da Cultura” ao lado de Gilberto Gil, do qual faz parte do Carnaval do Expresso 2222 a dez anos no Carnaval da Bahia. E esteve em alguns países como Portugal, Cabo Verde e Estados Unidos, alem da África, sempre promovendo o seu CD e DVD “Ao vivo”. 

Participou da Exposição “Mulheres”, interpretando Chiquinha Gonzaga. Como diretora, produziu e desenvolveu o show do compositor e parceiro Macau que resultou num lindo show no “Festlip”, ao lado de nomes da música africana no Circo Voador. E ainda na Lapa, Sandra cantou com Arlindo Cruz na Fundição Progresso. Participou no show e gravação de DVD “Cazuza 50 anos” na Praia de Copacabana. Teve seu show foi escolhido para a Inauguração da Casa de Arte de Quissamã e para o aniversá da Cidade de Petropólis. 

Sempre envolvidas com ações sociais, sejam voltadas para a Sociedade Viva Cazuza ou na sua Lona Cultural, Sandra está sempre participativa. Em 2003, também desenvolveu, com a atriz Danielle Suzuki, a ação social “Natal + Colorido”, quando arrecadavam brinquedos e livros para distribuição à comunidades carentes, feita por ela ao vivo. 

Nos últimos anos, ela tem apoiado ao projeto de música com crianças e adolescentes do CCC (Centro Cultural Cartola) na montagem da turma de flautas. Apoia ativamente ações da “CUFA” como o lançamento “Falcão – Mulheres do tráfico”. 

Torcedora fanática do Flamengo, Sandra declarou em uma entrevista para a SPORTV, que, no dia em que o Flamengo decidia o Campeonato Brasileiro de 1992 contra o Botafogo, ela estava em São Paulo, e, ao ver, na televisão, a grade de proteção da arquibancada do setor destinado à torcida do Flamengo quebrar e vários torcedores despencarem sobre outras tantas pessoas que estavam na geral, que sua primeira reação foi levantar da cadeira e fazer um gesto de tentar agarrar as pessoas que caíam, como se realmente fosse possível. 

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