Dia Mundial do Rock é comemorado com shows de graça em Goiânia

Sabrina Moura

Neste sábado (13), é comemorado mundialmente o Dia do Rock, data em homenagem ao festival de rock Live Aid, com o objetivo de arrecadar fundos em prol dos famintos da Etiópia. A celebração é uma referência a um desejo expressado pelo músico britânico Phil Collins, participante do evento, que gostaria que aquele fosse considerado o ‘Dia Mundial do Rock’. O evento também ficou conhecido por contar com grandes artistas do gênero como Queen, Mick Jagger, Keith Richards, Ronnie Wood, Elton John, Paul McCartney, David Bowie e U2.

Na Capital, será realizada, neste dia 13 de julho, no Martim Cererê, a 7ª edição do Cidade Rock, que conta com a participação da banda austríaca The Overalls e dos goianos da BurningRage, Thisis Perro, Light River Company, Sunroad e TwoWolves com rock de vários estilos.

Para Léo Bigode, que é um dos idealizadores do evento,  o Dia do Rock é uma simbologia que precisa ser preservada e cultuada. “Ela é importante assim como outras datas como o Dia da Consciência Negra, outras simbologias culturais e de manifestações que precisam ser respeitadas, ainda mais no atual momento em que o gênero não está com essa bola toda e não tem mais o espaço que já teve. Ao mesmo tempo, acho que isso também é cíclico, já que segmentos, estilos, épocas e tendências vão e voltam. É importante manter isso aceso”, explica ele.

Léo opina que o papel da Monstro Discos é o de realizar eventos do gênero na Capital. Para ele, o Goiânia Noise não existiria se não fosse por esse propósito, de “colocar fogo nessa lenha, de fazer a coisa acontecer, dar o gás no rock, nas bandas e oportunidade para artistas novos”. “Se não fosse por isso, a gente nem existiria; talvez seja uma essência da produtora e do festival de criar esse ambiente. A gente não está nessa por outra coisa, a não ser dar vazão às bandas legais, até porque são bandas que não estão tendo muita oportunidade em outros meios. A função nossa de dar esse gás às bandas é fundamental. A importância de oxigenar a cena cultural para ver bandas novas é um sinal de que a ‘coisa’ está viva e pulsante, um estímulo para a gente continuar realizando esses eventos”, completa ele.

As bandas

Formada em 2007, na Áustria, a The Overalls foi uma das vencedoras, em 2009, do Ostrocktrophy, um dos maiores concursos de bandas daquele país. Com shows já realizados em 19 países, a banda esteve no Brasil pela primeira vez, em 2012, e se apresentou no Goiânia Noise, sendo um dos destaques da 18ª edição do festival.

Em 2015, além de uma nova turnê sul-americana passando por Goiânia a banda lançou um álbum pelo selo goiano Monstro Discos. CittyofIllusion teve destaque internacional e levou a banda a tocar em países como Hungria, Romênia, Ucrânia, Rússia, Letônia e Lituânia – além do maior festival de rock da Áustria. “A Overalls  é uma banda que, apesar de não ser tão conhecida aqui, lá na terra deles é muito conhecida. Eles tocam em festivais grandes e têm uma participação importante na cena cultural da Áustria, da Europa. Eles estão passando  pelo Brasil, em turnê, e foi bacana ter conseguido encaixar essa data na turnê deles. A banda está fazendo um trabalho legal. Eles são muito bem-vindos e importantes – além de ajudarem nesse ‘tempero’ desta edição especial de julho do Cidade Rock”, evidencia Léo Bigode.

Outros destaques dessa edição comemorativa do Cidade Rock são a banda goiana TwoWolves, no estilo indie rock; Sunroad, que já tem 20 anos de estrada e que traz em seu novo álbum fortes influências de Van Halen, Scorpions, Dokken, DefLeppard, Triumph, Led Zeppelin e outros; BurningRage, que apresenta um punk rock e hardcore melódico; a Light River Company, pós-grunge com pitadas de stoner e hard rock; e a Thisis Perro, influenciada por vertentes musicais como o grunge, o rap, o hardcore e o metal.

Bigode explica que a seleção das bandas é uma curadoria anual. “Recebemos materiais de bandas, o ano inteiro, não só pelos shows mensais do Cidade Rock – pelo Noise ou por outros shows que a gente está envolvido. Na seleção, priorizamos bandas locais, com carreira e bandas iniciantes para tocar no mesmo palco e nas mesmas condições para democratizar. Tudo isso faz parte da seleção das bandas, sendo elas de todos os tipos, os estilos, bandas pequenas, médias, com carreira e, eventualmente, bandas de fora como nesta edição. Além disso, o evento é gratuito e aberto ao público”, conta Léo. 

E, sobre os destaques do evento, Léo salienta: “Falar em destaque é difícil. TwoWolves é uma banda destaque que tem uma carreira legal. Tem mais de 200 mil plays no Spotify; uma banda que tocou já bastante e tem uma carreira legal, vários videoclipes. O próprio Overalls, que é uma banda internacional, é uma atração  para as daqui conhecerem, verem como eles se posicionam e como tocam. O rock, em si, é o importante; sua essência é o destaque, e o evento tem tido um público superbacana que vai prestigiar as bandas”, finaliza Bigode.

(Sabrina Moura é estagiária do jornal O Hoje sob orientação da editora do Essência, Flávia Popov)