Por que os livros estão caros?

A principal matéria-prima utilizada para a produção de livros está com o preço em alta desde o início da pandemia

Postado em: 29-03-2023 às 16h00
Por: Maria Gabriela Pimenta
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Os livros passam por um longo processo até chegarem às prateleiras | Foto: iStock

Todos os dias recebemos notícias de que alguns itens necessários e de consumo diário estão encarecendo, como água, energia elétrica, gasolina e gás de cozinha. Com toda essa crise econômica que deixa o bolso do brasileiro cada vez mais vazio, é importante termos algum hobby para aliviar o estresse. No entanto, ter passatempos também está caro e um dos nichos mais afetados são os livros. Mas, por que os livros estão tão caros?

Ter um livro físico em mãos se tornou algo muito caro e isso se agravou ainda mais com a pandemia de Covid-19, que ocasionou um aumento muito grande no preço do papel. Grande parte do papel de impressão e escrita utilizado é proveniente de exportação, e com o fechamento dos mercados internacionais, houve escassez.

Conforme informou a Editora Nacional no Twitter, em 2020, a pandemia impulsionou o comércio digital que, por sua vez, impulsionou as demandas por embalagens de papel para os serviços de delivery que, por fim, ocasionou mais procura do que oferta.

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É claro que o acesso à leitura e à cultura é essencial e deveria ser democratizado, mas com uma crise financeira fica difícil baratear o preço dos livros e, principalmente, das edições especiais, que são feitas para serem artigos de luxo de colecionadores.

E a culpa não é da editora, nem do autor, nem da livraria. Os livros passam por um longo processo até chegarem às prateleiras. Os internacionais, desde o leilão de direitos autorais, ao pagamento dos direitos autorais, ao trabalho de tradução, revisão, diagramação, impressão, marketing e venda.

Já os nacionais são menos complicados no que diz respeito aos direitos autorais, mas passam pelo mesmo processo de produção.

Uma dica valiosa é alugar livros em bibliotecas, comprar livros usados em sebos ou participar de uma troca de livros. Assim, podemos curtir um hobby saudável e ainda ajudar outras pessoas, o meio ambiente e pequenos comércios locais.

Expectativas para o futuro

A previsão no último trimestre do ano passado era que os livros ficassem mais caros em 2023, com alta de 30% no preço do papel. A Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) calcula que, desde 2020, houve um aumento acumulado de 67% no preço do papel.

Além da pandemia, a guerra da Ucrânia também é responsável pelo aumento dos preços. Segundo Luciano Aragão, presidente da Sindgráfica, as indústrias tem repassado a altos nos custos de forma quase integral os repasses devem continuar acontecendo.

“O preço do papel deve continuar subindo sim. É um dia de cada vez que a gente tem vivido, deve subir e eu não sei onde para. Os aumentos estão muito além da nossa inflação”, afirma.

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