Dia 30 de março: Dia Mundial do Transtorno Bipolar
O transtorno bipolar modifica o comportamento e as relações sociais do indivíduo. Com isso em mente, a comemoração, instituída pela Sociedade Internacional para Transtornos Bipolares, tem como objetivo a conscientização e desestigmatização da doença, sensibilizando a população para a causa.
Por: Julia Kuramoto

Nessa quinta-feira (30), data o Dia Mundial do Transtorno Bipolar, que afeta mais de 140 milhões de pessoas no mundo, segundo a OMS. O transtorno modifica o comportamento e as relações sociais do indivíduo. Com isso em mente, a comemoração, instituída pela Sociedade Internacional para Transtornos Bipolares, tem como objetivo a conscientização e desestigmatização da doença, sensibilizando a população para a causa.
Embora as causas do Transtorno Afetivo Bipolar – TAB – sejam desconhecidas, estudos sugerem que está relacionado a alterações em algumas áreas do cérebro e nos níveis de vários neurotransmissores. Logo, esse desequilíbrio serve de apoio para surgimentos que alternam entre a mania/hipomania – episódios eufóricos – e a depressão, sendo essa alternância a característica principal da doença.
Sabendo disso, durante a data, é necessário frisar o incentivo à busca de diagnóstico precoce e do tratamento. Ao ignorar o tratamento, o paciente sofre risco de evoluir para desordens emocionais mais graves, além de alta taxa de possibilidade de suicídio.
O diagnóstico, devido à semelhança do transtorno bipolar a outras doenças como depressão, pode vir a demorar. Portanto, é crucial a terapia em grupo ou familiar, visto que assim é mais fácil encontrar uma solução que reduza os conflitos que surgem da doença.
Dessa forma, embora o TAB não tenha cura, pode ser controlado pelo tratamento, feito à base de ansiolíticos e antidepressivos e terapia regular, que ajudam a combater prejuízos no trabalho, relacionamentos amorosos, familiares e nos convívios sociais.
A data 30 de março é o aniversário do pintor holandês Van Gogh, cujos estudos após sua morte indicam que ele teria TAB.
Tipos
De acordo com os manuais internacionais de classificação diagnóstica, o transtorno afetivo bipolar pode ser classificado nos seguintes tipos:
- Transtorno bipolar Tipo I
O portador apresenta períodos de mania que duram, pelo menos, sete dias, e fases de depressão que se estendem de duas semanas a vários meses.
Além disso, tanto na mania quanto na depressão, os sintomas vêm com alta intensidade e provocam mudanças comportamentais e de conduta.
Sendo assim, o quadro pode ser grave a ponto de exigir internação hospitalar devido ao risco de suicídio e de complicações psiquiátricas.
- Transtorno bipolar Tipo II
Nesse caso, o portador alterna entre episódios de hipomania – estado mais leve de euforia, excitação e às vezes de agressividade – e depressão.
Logo, não causa prejuízos maiores para o comportamento e as atividades do paciente.
- Transtorno bipolar não especificado ou misto
Embora os sintomas sugiram TAB, não são suficientes em número e/ou tempo de duração para a classificação em nenhum dos dois tipos anteriores.
- Transtorno ciclotímico
Por último, o transtorno ciclotímico é o quadro mais leve do transtorno bipolar, marcado por oscilações crônicas do humor, que podem até mesmo ocorrer no mesmo dia. Desse modo, alterna entre sintomas de hipomania e depressão leve, que se entendem como temperamento instável ou irresponsável.
Sintomas
Depressão: humor deprimido, tristeza profunda, apatia, desinteresse, isolamento, alterações de sono/apetite, ideias suicidas, redução de libido, cansaço, culpa, frustração, entre outros.
Mania: estado de euforia, valorização da autoestima e confiança, pouca necessidade de sono, desvio da atenção, irritabilidade, impaciência, agressividade, mania de grandeza, agitação psicomotora, aumento da libido, compulsão para falar.
Além disso, nesse estado, o paciente pode ter atitudes que causarão dano a si ou às pessoas próximas, como demissão, gastos descontrolados de dinheiro, atividade sexual elevada e, em casos mais graves, delírios e alucinações.
Hipomania: Semelhante à mania, porém mais leve e de menor repercussão sobre as atividade e relacionamentos, mostrando-se mais eufórico, falante, sociável e ativo. Dessa forma, a crise é breve.