Capivara Filó: entenda os riscos de adotar um animal silvestre

O porque de animais tão dóceis não poderem ser pets.

Postado em: 03-05-2023 às 17h39
Por: Ana Beatriz Santiago
Imagem Ilustrando a Notícia: Capivara Filó: entenda os riscos de adotar um animal silvestre
Descubra os perigos de se adotar capivaras como animais de estimação. créditos da imagem: Istock

O caso do influencer Agenor Tupinambá e da capivara Filó dividiu a internet durante a última semana, muitos usuários não entenderam o motivo da multa aplicada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e acreditam ser má fé já que o animal parecia estar sendo bem cuidado pelo tiktoker amazonense em seus vídeos. Entenda agora um pouco sobre o perigo de adotar animais silvestres.

Capivaras são os maiores roedores do planeta e apesar de poderem chegar até 1,3 metros são herbívoras e dóceis, esse fato fez com se tornassem populares pela internet com vídeos e fotos de suas interações amigáveis com outros animais criando assim uma pequena comunidade de pessoas que sentem vontade de levá-las para casa o que além de ilegal é muito perigosos tanto para o animal quanto para o ser humano.

De acordo com o professor e biólogo Gustavo Fernandes Rodrigues, roedor é hospedeiro do carrapato estrela e pode transmitir a Febre Maculosa Brasileira (FMB) doença que causa dores, falta de apetite e manchas pelo corpo tem alta taxa de letalidade se não tratada corretamente por um profissional da saúde. O animal também pode transmitir raiva, leishmaniose, leptospirose, doenças bacterianas e fúngicas.

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“Outro fator importante é que a capivara pertence a ordem dos Rodentia que engloba de modo geral todos os roedores, seus dentes são enormes e afiados podendo em uma ferida profunda transmitir bactérias também.” salienta Gustavo.

Ser tratado como pet também pode causar problemas ao animal que é sociável e anda naturalmente em bandos: “capivaras por viverem em bando, estabelecem relações entre si, de cuidado, de manutenção da espécie e sobrevivência. Separar um animal que vive em grupo de seu habitat, pode atrapalhar e muito sua readequação ao meio se for tardia, ou em casos onde a capivara nunca seria reintroduzida, faz com que ela fique totalmente dependente dos cuidados humanos”.

O recomendável é manter uma distancia segura dos animais mas se houver contato físico é recomendado higienizar a área e se certificar de que não há nenhum parasita, se for ferido de qualquer forma, ou alguma ferida entrar em contato com a capivara, procure ajuda médica para evitar transtornos futuros.

Apesar do risco Gustavo diz que é importante preservar as capivaras: “não podemos usar o fato de um animal ser perigoso como um motivo para desrespeita-los. Independente de doença, não devemos interferir nas vidas dos animais, as capivaras precisam ser preservadas”.

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