Salvando o crocodilo-do-orinoco, o maior predador dos rios da América do Sul
Um grupo de 160 exemplares da espécie endêmica das planícies da Venezuela e da Comlômbia, o crocodilo-do-orinoco, é solto no rio Capanaro.
Por: Julia Kuramoto
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Um grupo de 160 exemplares da espécie endêmica das planícies da Venezuela e da Comlômbia, o crocodilo-do-orinoco, é solto no rio Capanaro. A espécie foi solta após ser criada em cativeiro como parte de um programa ambicioso para salvar este enorme predador da extinção.
O réptil pode passar dos 6 metros de comprimento e 400kg, e está em risco de extinção, segundo a União Internacional para Conservação da Natureza.
Restam apenas cerca de 100 fêmeas adultas em liberdade na Venezuela, estima a Fundação para o Desenvolvimento das Ciências Físicas, Matemáticas e Naturais, organização que levou à soltura de exemplares jovens no domingo passado.
“Fazemos uma parte, fazer o levantamento dos bichinhos, criá-los e soltá-los. Porém, daí pra frente não depende de nós, tem que haver resguardo, vigilância, controle, educação ambiental.”, declarou Federico Patin, que administra um zoológico.
O zoológico de Patin, fundado por seu pai, Leslie, é o centro de criação do projeto, juntamente com o bizinho Masaguaral.
O animal ficou à beira da extinção na primeira metade do século XX pela caça devido à sua pele cobiçada. Hoje em dia, embora proibido o comércio, ainda há ameaças: o consumo de sua carne e seus ovos e a contaminação de rios e canais.
Rancheo
“Temos um casal fértil que produz os ovos que incubamos e os filhotes que nascem no zoo. Nós nos apoiamos também no que chamam de ‘rancheo’, capturar os filhotes pequenos no rio, quando são recém-nascidos, e trazê-los”, explica Patin.
Essa é uma alternativa com bastante sucesso devido à predação no ambiente natural ser alta. Portanto, os filhotes permanecem por um ano no zoológico, antes de serem soltos.
Mias de 95% sobrevivem, ao contrário do que aconteceria em seu hábitat, onde acabam virando comida de aves, peixes e outros répteis.
Os animais, cujo ciclo reprodutivo é anual, nascem por volta de maio. Ademais, sua soltura também tem um potencial turístico, que deve ser aproveitado.