Grupo Wagner: conheça a organização que recruta mercenários na Rússia

Fundado em 2014, o Wagner é um grupo paramilitar de mercenários formado por ex-soldados, prisioneiros e civis russos estrangeiros

Postado em: 26-06-2023 às 16h25
Por: Cecília Epifânio
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Grupo Wagner: conheça a organização que recruta mercenários na Rússia | Foto: Stringer/ AFP

O grupo paramilitar Wagner, que até então era aliado do Kremlin na guerra da Ucrânia, convocou uma rebelião para derrubar o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Choigu.

O desentendimento entre o governo e os mercenários ganhou notoriedade após o grupo, liderado por Yevgeny Prigozhin, ter acusado o exército de bombardear suas bases próximas à linha de frente da guerra da Ucrânia.

Neste sábado (24/6), Prigozhin anunciou a tomada de instalações militares em Rostov, onde o quartel-general militar da ofensiva contra Kiev está localizado. O presidente russo, Vladimir Putin, reagiu e prometeu punir os traidores, e o governo russo instaurou um “regime de operação antiterrorista” na região de Moscou.

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O que é o Grupo Wagner?

Fundado em 2014, o Wagner é um grupo paramilitar de mercenários formado por ex-soldados, prisioneiros e civis russos estrangeiros. O lider da equipe é o ligarca Yevgeny Prigozhin, que tem uma forte ligação com o Kremlin.

As primeiras missões do grupo aconteceram em Donbass, leste da Ucrânia, e na península da Crimeia, quando o exército de mercenários ajudaram os separatistas a tomar a região.

Durante muito anos, Prigozhin realizava trabalhos clandestinos para o Kremlin, eviando mercenários de seu grupo privado para lutar em conflitos no Oriente Médio e África, mas sempre negando envolvimento. Com a guerra da Ucrânia, Putin utilizou fez uso dos mercenários no conflito. Estimasse que os paramilitares têm mais de 20 mil soldados no conflito com a Ucrânia.

Yevgeny Prigozhin afirmou que 25 mil soldados estão prontos para derrubar o ministro da defesa russo.

Motivo que o Wagner se revoltou contra o governo

O líder da milícia acusou, na sexta-feira (23), o exército regular de Moscou de ter bombardeado suas bases e convocou a população a se revoltar contra o comando militar.

A tensão ocorre em meio à contraofensiva das tropas ucranianas para reconquistar territórios pela Rússia desde o início da intervenção militar, em fevereiro de 2022.

Momentos antes do surgimento da crise, Prigozhin afirmou que o exército russo estava “se retirando” no leste e sul da Ucrânia, contradizendo as afirmações do Kremlin, que afirma que a contraofensiva de Kiev fracassa. “As Forças Armadas ucranianas estão fazendo as tropas russas recuarem”, declarou, em entrevista publicada no aplicativo Telegram por seu serviço de imprensa.

“Não há controle algum, não há vitórias militares” de Moscou, insistiu Prigozhin, acrescentando que os militares russos “se banham em seu sangue”, referindo-se às grandes perdas sofridas pelas tropas regulares. Putin e seu ministro da Defesa, Sergei Choigu, afirmam, por sua vez, que o Exército está “repelindo” todos os ataques ucranianos.

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