3 de julho de 2023 foi considerado o dia mais quente da história

Globalmente falando o dia 3 de julho teve a maior temperatura de todos os tempos

Postado em: 04-07-2023 às 15h38
Por: Ana Beatriz Santiago
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A última segunda-feira (3/7) entrou para os registros como o dia mais quente já registrado em escala global. De acordo com dados dos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos Estados Unidos, ligados à administração Oceânica e Atmosférica Nacional do país (NOAA), a temperatura média global alcançou a marca assustadora de 17,01 graus Celsius. Esse valor superou o recorde anterior de agosto de 2016, que era de 16,92°C, enquanto ondas de calor castigavam diversas partes do Hemisfério Norte.

As consequências dessas altas temperaturas extremas têm sido observadas em várias regiões do mundo. O sul dos Estados Unidos tem enfrentado semanas de uma intensa cúpula de calor, enquanto a China lida com uma onda de calor persistente, com termômetros marcando acima dos 35°C. No norte da África, as temperaturas têm atingido números próximos a 50°C. Até mesmo a Antártida, em seu período de inverno, registrou temperaturas anormalmente altas. A Base de Pesquisa Vernadsky, da Ucrânia, localizada nas Ilhas Argentinas do continente gelado, quebrou recentemente o recorde de temperatura para o mês de julho, alcançando impressionantes 8,7°C.

A cientista climática Friederike Otto, do Instituto Grantham para Mudanças Climáticas e Meio Ambiente do Imperial College London, no Reino Unido, expressou sua preocupação ao G1 com esse marco histórico. Ela afirmou que esse recorde não é motivo para comemoração, mas sim uma sentença de morte para as pessoas e ecossistemas.

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Os especialistas apontam as mudanças climáticas, combinadas com um padrão emergente do El Niño, como as principais causas desse fenômeno alarmante. Zeke Hausfather, cientista de pesquisa do Berkeley Earth, alertou que esse é apenas o primeiro de uma série de novos recordes que serão estabelecidos neste ano. O aumento das emissões de dióxido de carbono e gases de efeito estufa, juntamente com o desenvolvimento de um evento de El Niño, está impulsionando as temperaturas para níveis cada vez mais altos.

Os efeitos desse calor extremo já são sentidos em diferentes partes do mundo. No Vietnã, os produtores de arroz estão sendo forçados a trabalhar à noite devido aos verões cada vez mais quentes, com temperaturas superiores a 37°C em julho. Nos Estados Unidos, a onda de calor que atinge o sul do país já dura duas semanas, levando a sensações térmicas acima dos 40°C e resultando em pelo menos 13 mortes nos últimos dias. No México, mais de 100 pessoas perderam suas vidas entre 12 e 25 de junho devido ao calor extremo no norte do país. No final de junho, a Espanha também enfrentou sua primeira onda de calor do verão, com temperaturas ultrapassando os 44°C na região sul do país.

O panorama é preocupante, e especialistas alertam que esses eventos extremos serão cada vez mais comuns se não houver ações decisivas para combater as mudanças climáticas. A necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adotar medidas de mitigação se torna urgente, não apenas para proteger os ecossistemas, mas também para garantir a segurança e o bem-estar das pessoas em todo o mundo.

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