Saiba quem foi a primeira serial killer da Inglaterra

Mary Ann aterrorizava o país muito antes do famoso Jack, o Estripador

Postado em: 06-07-2023 às 15h45
Por: Cecília Epifânio
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Saiba quem foi a primeira serial killer da Inglaterra | Foto: Reprodução

Duas décadas antes do lendário Jack, o Estripador aterrorizar nas ruas da Inglaterra, Mary Ann Cotton já atuava pelo país. Em uma pesquisa, Martin Connolly traz detalhes da vida e julgamento da assassina.

Nascida em Sunderland, Mary Ann perdeu o pai aos 8 anos de idade, quando ele sofreu um acidente na mina onde trabalhava. Na escola, ela era considerada uma aluna “exemplar e regular”, “uma menina de temperamento inocente e inteligência média”, e “distinta por sua aparência particularmente limpa e arrumada”. Mais tarde, ela trabalharia como enfermeira e costureira. Tudo parecia estar dentro dos conformes, até Mary Ann se revelar uma assassina em série, com 21 mortes por envenenamento em suas costas.

Quatro camaentos + três funerais

Mary Ann era considerada uma mulher extremamente bonita e, entre os 20 e 39 anso, se casou quatro vezes. Três maridos morreram em circunstâncias bastante suspeitas, e as causas foram apontadas como “febre gástrica”. Não por conincidência, ela acabou recebendo grandes quantiaas de seguro vida em todas as vezes que ficou viúva.

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O único que conseguiu escapar de suas garras foi James Robinson, que desconfiou das diversas vezes que a mulher insistiu para que ele fizesse um seguro de vida. Ele também descobriu que ela não só havia acumulado diversas dívidas em seu nome como também havia roubado todos os bens do casal. Robinson colocou a assassina para fora de casa e acabou ficando com a guarda dos dois filhos do casal.

‘Body Count’

Contando, Mary Ann “perdeu” três maridos, um amante, uma amiga, sua mãe e onze filhos, todos eles mortos pela febre estomacal.

Arsênico como arma

O método utilizado por Mary Ann, que acabou ganhando a alcunha de Viúva negra após ser desmascarada, era o envenenamento por arsênico. Sem cheiro ou sabor, o material era adicionado ao tradicional chá das vítimas.

“Febre gástrica”

O arsênico causava fortes dores de estômago nas vítimas e, sem saber do histórico de Mary Ann, os médicos acreditavam se tratar uma febre gástrica – o que conhecemos hoje como gastroenterite.

Os 13 filhos de Mary Ann

Só no primeiro casamento, com William Mowbray, o casal teve nove filhos – e quase todos morreram da misteriosamente febre estomacal -, apenas dois sobreviveram . Na maioria das vezes, ela recebeu o equivalenete a milhares de libras em seguro.

Muitas casas

Apesas do seu modus operandi, é provavel que Mary Ann conseguiu se safar porque vivia se mudando de região pela Inglaterra. Sendo assim, ela conseguia recomeçar sua vida, como se não estivesse deixando um rastro de morte por onde passava.

Bígama

Após ter sido expulsa de casa por Robinson, Mary Ann passou a viver por um tempo nas ruas, até reencontrar com Frederick Cotton, irmão de sua amiga e que tinha ficado viúvo recentemente. Após a misteriosa morte de sua irmã e de dois de seus filhos, Federick acabou se casando com Mary Ann, o que fez dela bígama.

A farsa sendo revelada

A casa da assassina só iria cair quando um funcionário da paróquia, Thomas Riley, pediu para que ela ajudasse a cuidar de uma mulher com varíola. Mary Ann reclamou que Charles Edward, o filho sobrevivente de seu casamento com Frederick Cotton, atrapalharia no trabalho e pediu para que o menino fosse internado, pois também estava doente.

Riley, que também era legista assistente, pediu para acompanhar o caso do menino. “Não vou me preocupar por muito tempo. Ele vai morrer como todo o resto dos Cottons”, disse Mary Ann. Após cinco dias, o jovem Charles Edward morreu. Desconfiado, Riley foi até a polívia do vilarejo e convenceu o médico a adiar a expedição do atestado de óbito para que investigassem as circunstâncias.

Quando procurou a seguradora para fazer a retirada do dinheiro de mais um seguro de vida, ela descobriu que não receberia nada até a emissão do atestado de óbito. Um inquérito foi realizado, mas o júri acreditou nas alegações de causas naturais.

Investigação da história

Desconfiados da mulher que perdia com frequência seus entes, jornalistas passaram a apaurar a história e descobriram que Mary Ann havia se mudado para o norte da Inglaterra e “perdido” seus três maridos, um amante, uma amiga, sua mãe e onze filhos, todos vitimados pela febre estomacal.

Exumação dos corpos

Devido a atenção dada pela mídia, uma autópsia revelou a presença de arsênico no organismo de seu último filho morto. Sendo assim, os corpos de dois dos filhos de Frederick Cotton, um de seus amantes, James Nattress, foram exumados.

Sentenciada a morte

Mary Ann Cotton foi condenada à morte pelo assassinato de seu filho Charles Edward Cotton. Ela também foi acusada dos assassinatos de outros dez de seus filhos, sua mãe, três de seus maridos e seu ex amante. Como esperado, ela negou todos os crimes diante do tribunal.

Morte por enforcamento

Em 1873, Mary Ann Cotton foi enforcada na prisão, mas sem incidentes. Ela morreu por estrangulamento causado pela corda, e agonizou por mais de 3 minutos.

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