Valor médio de pagamento de dívidas por consumidor inadimplente é de R$ 750,77
Especialista em finanças explica que as famílias brasileiras entendem a importância de ter o nome limpo, e estão se empenhando para recuperar o crédito no mercado
Por: Giovana Andrade
No ano de 2021, 7,3 milhões de consumidores inadimplentes liquidaram suas pendências, segundo o Pagou Fácil, produto digital da Paschoalotto, empresa que atua no setor de recuperação de crédito no Brasil. O valor médio pago por pessoas com contas em atraso foi de R$ 750,77.
Segundo o economista Reinaldo Cafeo, especialista em finanças, mesmo diante de um cenário de desemprego, subemprego e informalidade, as famílias brasileiras estão se empenhando para recuperar o crédito no mercado. “Este comportamento indica que o mercado como um todo pode se beneficiar, a medida que milhões de brasileiros passam a acessar novas compras a prazo”, explica.
De acordo com ele, a escassez de recursos financeiros provocada pela pandemia exigiu que as famílias fizessem escolhas. Esse fator, combinado com a recessão econômica que o Brasil atravessa, levou o consumidor a priorizar a compra dos bens essenciais, culminando com a inadimplência de contas consideradas não-essenciais.
Ainda segundo Cafeo, com a gradativa retomada das atividades econômicas, aliada ao saldo positivo na geração de empregos formais, principalmente no setor de serviços, a renda foi ampliada, abrindo espaço para liquidar dívidas pendentes. “Os números indicam que as famílias entendem que ter o nome limpo no mercado é importante e resgata inclusive sua autoestima”, ressalta.
Outro ponto destacado pelo economista é o valor médio de pagamento. Ele explica: “O valor médio de dívida e pagamento de R$ 750,77, o que pode ser considerado elevado, uma vez que a renda média do trabalhador brasileiro é de R$ 2.433,00 segundo dados do IBGE, o que representa 30,8% da renda. Sem dúvida, foi um grande esforço priorizar o pagamento destas pendências financeiras”.
Para o economista, a inadimplência do consumidor dá sinais de desaceleração e as projeções mostram um cenário positivo para as finanças dos brasileiros nos próximos meses. “Com o avanço da vacinação, mesmo com os juros em alta, mas com a retomada do setor de serviços, que representa, juntamente com o comércio, 70% do Produto Interno Brasileiro (PIB), é possível que mais famílias retomem sua capacidade de contrair crédito”, finaliza.
