Produção na agropecuária goiana cresceu 15% em 2021

O setor agropecuário goiano tem registrado bons números e fechou o ano de 2021 em alta. Segundo a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o Valor Bruto de Produção (VBP) agropecuária de Goiás foi de R$ 97,8 bilhões até o mês de novembro, o que representa 8,8% do VBP nacional e consolida o Estado na sexta posição de maiores produtores no campo. O valor representa um crescimento de 15,2% em relação a 2020, conforme os dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

            Já no setor de grãos, produtores de soja e arroz tiveram bons resultados, mesmo após enfrentarem uma das piores crises hídricas e energéticas que o Brasil viveu em décadas. Até o mês de setembro, quando ocorreu o encerramento da safra 2020/2021, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) registrou crescimento de 4,3% na produção de soja, que saiu de 13,2 milhões de toneladas na safra anterior para 13,7 milhões na safra 20/21. No caso do arroz, o salto foi de 8,7% na produção, passando de 120,4 mil toneladas para 130,9 mil toneladas.

            Para a nova safra 2021/2022, a projeção é de avanço de 21,7% na produção de grãos no Estado, devendo ser colhidos 28,9 milhões de toneladas. A Conab estima ainda variação positiva na área plantada (5,1%) e na produtividade (15,8%), na comparação com a safra 20/21.

            Outro indicador importante e que registrou alta é o de exportações. Segundo o Ministério da Economia, Goiás atingiu US$ 6,7 bilhões em vendas externas de produtos do agronegócio entre janeiro e novembro do ano passado. O resultado é 10,9% maior que o do mesmo período de 2020. O complexo de soja encabeçou a lista de produtos mais vendidos por Goiás (60,7%). As carnes vieram em segundo lugar (24,8%), e em terceiro, o complexo sucroalcooleiro (5,3%). No mesmo período, a China se manteve como maior compradora de produtos goianos, seguida por Tailândia e Holanda.

            Em todo Brasil, foram 137,1 milhões de toneladas de soja colhida, a maior quantidade da série histórica. Deste total, 86,6 milhões de toneladas foram exportadas, sendo a China a principal compradora do Brasil. A única exceção do bom momento vivido no campo ocorreu na produção de milho. As exportações do cereal atingiram 20,5 milhões de toneladas em 2021, o menor patamar desde 2012. “A produção de milho foi de 85,8 milhões de toneladas, aproximadamente 18% menor em 2020/21 em comparação com a temporada anterior. Isso levou a uma queda importante nas exportações”, informou a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) em comunicado.

Geração de empregos

            O setor agropecuário é responsável por 10% de todos os empregos brasileiros, segundo os dados mais atualizados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre janeiro e novembro de 2021, esse setor registrou crescimento na quantidade de trabalhadores goianos contratados formalmente. Foram 38.849 admissões contra 32.093 desligamentos, o que resultou num saldo de 6.756 novos postos de empregos formais no campo. Até o fim de dezembro, a agropecuária goiana tem 106.322 trabalhadores registrados. No fim de 2020, eram 99.566.

Expectativa para 2022

            Os bons números alcançados em 2021 ocorreram mesmo quando o país enfrentava a pandemia de coronavírus e uma grave crise hídrica e energética que afetou a produção no segundo semestre do ano. Para 2022, as expectativas são ainda melhores, com sinais de clima favorável e retomada de todos os setores ante a pandemia. De acordo com projeção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), os diferentes setores da agropecuária brasileira devem registrar crescimento de pelo menos 5% em sua produção.

            Para Tiago Mendonça, secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o ano que se inicia demonstra ser promissor para os agricultores goianos. “Nos superamos em 2021 e vamos nos superar de novo em 2022. As perspectivas são excepcionais tanto para a produção de grãos quanto para a produção de carne. Estamos vendo uma safra se desenvolvendo muito bem, nossa pecuária também está indo muito bem, e com certeza 2022 será um ano promissor”, afirmou o secretário.