Safra 2017/2018 será a segunda maior dos últimos anos apesar de recuo de 5,5%

Cenário mais próspero salientado pela Conab foi o do algodão: com o plantio próximo do fim, deve registrar um aumento de 1,789 milhão de toneladas de pluma (17%)

Postado em: 08-02-2018 às 13h40
Por: Victor Pimenta
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Cenário mais próspero salientado pela Conab foi o do algodão: com o plantio próximo do fim, deve registrar um aumento de 1,789 milhão de toneladas de pluma (17%)

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou hoje
(8) que a safra de grãos 2017/2018 deverá alcançar 225,6 milhões de toneladas,
sendo a segunda maior da série histórica, que é lid erada pela safra anterior.
Na comparação com o volume produzido em 2016/2017, de 237,7 milhões de
toneladas, espera-se um recuo de 5,1%, embora a área total de plantio prevista
seja 0,2% maior, de 61,01 milhões de hectares.

O levantamento que analisou os principais centros produtores
de grãos, de 21 a 27 de janeiro, identificou que sofrerão queda culturas como a
soja, o milho e o arroz, que passam de 12,327 milhões de toneladas para 11,639
milhões, com uma colheita 5,6% inferior à de 2016/2017. A produção de arroz,
estimada em 11,6 milhões de toneladas, não sofreu alterações significativas,
visto que as condições climáticas permanecem favoráveis à cultura, segundo o
levantamento.

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“O pessoal do arroz está com dificuldade de preço. Nós
tivemos uma safra excepcional no ano passado, vamos ter uma safra muito boa
este ano. O governo não tem nada de estoque de arroz. Por um lado, é positivo,
porque temos a garantia do abastecimento privado. Isso fez com que os preços do
arroz estejam no limite do preço mínimo. Tem regiões com o preço de mercado
abaixo do preço mínimo”, disse o diretor-presidente da Conab, Marcelo
Bezerra.

Segundo Bezerra, o governo federal programa emitir nesta
sexta-feira (9) um aviso de Prêmio para o Escoamento (PEP) e Prêmio Equalizador
Pago ao Produtor Rural (Pepro) para o arroz, no valor de R$ 100 milhões.
“Faremos três ou quatro leilões, até atingir 1,2 milhão de toneladas de
arroz”, informou.

Circunstâncias intrínsecas à cultura do feijão, como
dificuldades de manejo, problemas sanitários e na comercialização estabelecem
forte pressão sobre o produto, na avaliação dos especialistas da Conab. Para a
primeira safra é constatado um encolhimento da área plantada, o que reflete uma
produção de 1,25 milhão de toneladas, sendo 811 mil toneladas de feijão-comum
cores, 295,7 mil toneladas de feijão-comum preto e 147,6 mil toneladas de
feijão-caupi. Na segunda safra, há uma expansão das terras destinadas ao
produto, o que resulta num incremento na produção, estimada em 1,23 milhão de
toneladas, sendo 546,1 mil toneladas de feijão-comum cores, 184,6 mil toneladas
de feijão-comum preto e 503,2 mil toneladas de feijão-caupi.

A primeira safra do milho, por sua vez, de 24,74 milhões de
toneladas, será 18,8% menor do que o da safra passada, ocasionado por uma
redução de área e produtividade. Na segunda safra, a retração é da ordem de
6,1% em relação à safra anterior, com a produção chegando a 63,26 milhões de
toneladas. Com isso, a expectativa para o milho é de redução de 10,1%, já que a
quantidade colhida passa de 97,8 milhões para 88 milhões de toneladas.

Ainda conforme o boletim, a soja, cultura favorita dos
produtores brasileiros, ao lado do milho, apresenta uma diminuição de 2,2% na
produção, com um total de 111,6 milhões de toneladas, ante 114,1 milhões de
toneladas do período mais recente. No quesito produtividade, a oleaginosa
sofreu perda avaliada em 3.364 quilos/hectare da safra anterior para 3.185
quilos/hectare.

O superintendente de Informações do Agronegócio da Conab,
Aroldo de Oliveira Neto, ressaltou que, enquanto a soja e o milho são favoritos
pelos produtores devido à projeção no mercado externo, o feijão e o arroz, que
compõem a icônica mistura presente no prato dos brasileiros, “representam
saúde”, apesar de estarem sendo plantados em espaços menores.

O cenário mais próspero salientado pela Conab foi o do
algodão: com o plantio próximo do fim, deve registrar um aumento de 1,789
milhão de toneladas de pluma (17%). A companhia destacou ainda, como regiões de
potencial ou já existente crescimento, Tocantins, Rondônia, estado com grande
capacidade de escoamento da safra, e Maranhão, que, segundo Oliveira Neto, tem
sido estimulado na produção agrícola por programas governamentais. “No
Norte, estamos vendo uma fronteira que se abre no sudeste do Pará”,
acrescentou o superintendente.

 Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/Marcelo Camargo)

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