Justiça determina reforço nas buscas por desaparecidos no Amazonas

Nesta quarta-feira (8/6), a Justiça Federal ordenou a mobilização de helicópteros, embarcações e esquipes da Polícia Federal, das Forças Armadas ou das forças de segurança para reforçar a busca dos desaparecidos na reserva indígena Vale do Javari, no Amazonas.

Postado em: 08-06-2022 às 16h34
Por: Ana Bárbara Quêtto
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De acordo com a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), o indigenista e o jornalista procuravam a equipe de vigilância indígena que atua perto do Lago do Jaburu. | Foto: Reprodução.

Nesta quarta-feira (8/6), a Justiça Federal ordenou a mobilização de helicópteros, embarcações e equipes da Polícia Federal para reforçar a busca de dois desaparecidos na reserva indígena Vale do Javari, no Amazonas.

O indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista Dom Philips, estão desaparecidos desde segunda-feira (6/6). A juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe, afirma que a situação do território indígena é muito grave e suplica medidas mais incisivas do governo federal.

“Ficam o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União autorizados a requisitar diretamente das instituições referidas, todas com expertise na Região Amazônica, as providências urgentes e necessárias ao cumprimento da presente decisão”, disse.

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A jurisdição do Tribunal Regional Federal da 1ª Região envolve o Distrito Federal e os estados do: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Desaparecimento

De acordo com a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), os desaparecidos procuravam a equipe de vigilância indígena que atua perto do Lago do Jaburu, quando sumiram.

Dom Philips tinha a intenção de fazer algumas entrevistas com os indígenas da região. O desaparecimento ocorreu, possivelmente, durante o trajeto da comunidade Ribeirinha São Rafael à cidade de Atalaia do Norte.

Os Desaparecidos

Bruno é considerado um dos melhores indigenistas da Funai. Ele já foi coordenador regional da Funai de Atalaia do Norte por cinco anos, de 2010 a 2015.

O servidor público acabou sendo retirado do cargo na época em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou um projeto para liberar garimpos nas reservas.

O indigenista é licenciado da Funai, e hoje em dia faz parte do Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente (Opi).

Dom Philips é um jornalista britânico e trabalha para o jornal The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e atualmente mora em Salvador.

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