Polícia utiliza localização de celulares para tentar encontrar helicóptero desaparecido

Buscas contam com uma aeronave militar e com o avião SC-105 Amazonas, que possui um radar com alcance de até 360 quilômetros

Postado em: 09-01-2024 às 12h42
Por: Daisy Rodrigues
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Buscas contam com uma aeronave militar e com o avião SC-105 Amazonas, que possui um radar com alcance de até 360 quilômetros | Foto: Reprodução

A Polícia Civil de São Paulo (PCSP) está utilizando a localização dos celulares das quatro pessoas que estavam a bordo no helicóptero para tentar encontrar pistas sobre o desaparecimento da aeronave. As buscas pelo misterioso desaparecimento do helicóptero, que sumiu em São Paulo no dia 31 de dezembro, já estão no nono dia.

Segundo a PCSP, a última localização do aparelho de um dos desaparecidos foi registrada na região de Paraibuna, no interior de São Paulo.

O helicóptero, um Robinson R44 fabricado em 2001, saiu do aeroporto Campo de Marte, na zona norte de São Paulo, na tarde do dia 31, com destino a cidade de Ilhabela. Durante o voo, o mau tempo na região, inclusive, fez com que o piloto fizesse um pouso de emergência. Antes do helicóptero sumir do radar, o piloto relatou dificuldades para concluir o voo.

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A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo informou que os agentes da Unidade de Inteligência do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DOPE) tiveram acesso, após autorização judicial, à localização de antenas (ERBs) dos celulares do piloto e dos passageiros para tentar localizar a aeronave e seus ocupantes.

“A Polícia Civil esclarece que não foi realizada a interceptação telefônica de áudio, dados telemáticos, ou mensagens de texto dos ocupantes do helicóptero desaparecido”, informa a SSP. “Em relação aos outros três aparelhos dos demais passageiros, não foram localizados sinais de atividade, o que indica que estejam desligados”, explica.

A operação de resgate também conta com a ajuda de equipes da Polícia Militar (PMSP) e da Força Aérea Brasileira (FAB).

PM diz ainda ter esperanças

O major César Augusto Silva, porta-voz do Comando de Aviação da Polícia Militar de São Paulo, afirmou na última segunda-feira (8), que a PMSP ainda mantém esperança de encontrar as quatro pessoas que estavam a bordo com vida.

“Nossa crença, de verdade, é que a gente acha essas pessoas ainda com vida. A gente tem ainda essa esperança. O compromisso da Polícia Militar é com a vida”, disse.

O major ainda pediu para que os moradores do litoral norte e do Vale do Paraíba que tenham visto algum sinal da aeronave, entrem em contato com a polícia. Ele explica que essas informações da população são essenciais, pois as pessoas conhecem melhor a região.

A PMSP informa ainda que já se completaram mais de 50 horas de voo em busca da aeronave.

Familiares também mantém esperanças

“É muito angustiante viver sem uma resposta, sem saber o que está acontecendo. Estou vivendo à base de remédio, está muito difícil de raciocinar, mas eu não perdi as esperanças. Eu creio que elas vão voltar”, relatou Neusa Rodzewics, mãe de Luciana Marley Rodzewics Santos, 46 anos, e avó de Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, 20, que estavam no voo.

“Se ela falar que vai ficar uma semana sem tomar água, ela fica. Ela consegue, ela tem uma fé tão grande que ela consegue. E, através dessa fé, eu creio que ela esteja viva, se mantendo em pé devido à fé”, acrescentou a avó.

Neusa ainda desabafa sobre a atitude do piloto, Cassiano Tete Teodoro, de 44 anos, e questiona o porquê do piloto não ficar lá e pedir ajuda. “Por que ele tinha que sair dali? Por que ele quis voar se não tinha combustível? Ele tinha que ter ficado lá e ter esperado socorro, já teria resolvido tudo isso”, desabafa.

Além de Luciana, Letícia e do piloto, o empresário Raphael Torres, que também estava a bordo, de 41 anos, chegou a mandar uma mensagem para o filho dizendo que o tempo em Ilhabela estava ruim e o comandante teria de fazer um pouso na cidade vizinha de Ubatuba.

FAB reforça buscas

A FAB anunciou, neste fim de semana, que reforçou as buscas e que passou a utilizar na operação o helicóptero Black Hawk, uma aeronave militar de médio porte que percorre até 295 quilômetros por hora. A aeronave é utilizada em missões de resgate e busca de salvamento.

A operação da FAB também conta com o avião SC-105 Amazonas, que possui um radar com alcance de até 360 quilômetros e com um sistema de comunicação via satélite, que possibilita a comunicação com outras aeronaves ou centros de coordenação de salvamento (Salvaero) mesmo estando em baixa altitude.

Além disso, o SC-105 também conta com um sistema eletro-óptico de busca por imagem e por espectro infravermelho, que também possibilita realizar buscas por calor, detectando uma aeronave mesmo se, por exemplo, estiver encoberta por vegetação ou uma pessoa no mar.

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