ONU pede proteção para hospitais em zona crítica

Mais de 360 ataques a instalações médicas já foram registrados na Síria, matando 730 profissionais de saúde

Postado em: 18-05-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Mais de 360 ataques a instalações médicas já foram registrados na Síria, matando 730 profissionais de saúde

Devido aos frequentes ataques e destruições de unidades de saúde em países afetados por conflitos, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou, no início desse mês (3), uma nova resolução que visa reforçar a proteção dos trabalhadores de saúde, dos doentes e feridos, bem como dos hospitais e clínicas situados em zonas de guerra.

O objetivo da decisão é garantir a facilitação do acesso da ajuda humanitária, o desenvolvimento de projetos nacionais que preservem as instalações de saúde e os trabalhadores médicos, assim como o treinamento das forças armadas para que elas compreendam as suas obrigações e a punição dos responsáveis por ataques e outras violações.

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Desde o início do conflito na Síria, a organização Médicos pelos Direitos Humanos (Physicians for Human Rights) documentou mais de 360 ataques em cerca de 250 instalações médicas, que foram responsáveis por matar mais de 730 profissionais de saúde.

Um padrão similar de destruição das instalações de saúde é observado no Iêmen, com mais de 600 instalações médicas fechadas devido a danos sofridos em meio ao conflito e devido à falta de suprimentos e trabalhadores médicos.

No ano passado, as Nações Unidas verificaram 59 ataques contra 34 hospitais. Em janeiro de 2016, ataques aéreos da coalizão integrada pela Arábia Saudita atingiram o Hospital Shiara, que atende cerca de 120 mil pessoas na província de Saada.

Além disso, em outubro de 2015, em Kunduz, no Afeganistão, um bombardeio realizado por militares dos Estados Unidos destruiu um hospital da Médicos Sem Fronteiras e matou dezenas de pessoas, queimando pacientes vivos em suas camas.

Tais padrões de destruição são reproduzidos em outros conflitos, incluindo no Iraque e no Sudão do Sul, onde a violência contra sistemas de saúde está multiplicando as dificuldades de redes já fragilizadas.

“Muitas vezes, os ataques às instalações de saúde e aos trabalhadores médicos não são isolados ou acidentais, mas sim, o objetivo proposital dos combatentes. Isso é vergonhoso e indesculpável’’, destacou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em pronunciamento sobre a resolução adotada unanimemente pelo Conselho. 

O chefe das Nações Unidas apelou aos Estados-membros, e outros agentes relevantes para que atendam às exigências e demandas do organismo. 

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