El Niño ameaça 26,5 milhões de crianças na África

Em dez países das regiões sul e oriental da África, as consequências podem levar 26,5 milhões de crianças a passar fome

Postado em: 04-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Em dez países das regiões sul e oriental da África, as consequências podem levar 26,5 milhões de crianças a passar fome

Além da fome crianças podem enfrentar epidemias e ficar sem acesso a água. O alerta é do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que fez um apelo no início da semana (27) por 127 milhões de dólares para conseguir manter suas operações de assistência às populações afetadas.

O desequilíbrio climático provocado pelo fenômeno tem provocado secas devastadoras em diversas porções do continente africano. Na Etiópia, por exemplo, a queda da produção de alimentos por conta de estiagens ameaça 10,2 milhões de pessoas.

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A agência da ONU disse que governos e parceiros têm respondido às necessidades do continente africano e dos mais jovens desde 2015, mas a escala da crise ultrapassou a capacidade de sobrevivência das comunidades e esgotou os recursos dos Estados das regiões atingidas, colocando décadas de ganhos em desenvolvimento em risco.

Nos primeiros meses de 2016, o UNICEF atendeu a 155 mil crianças com tratamento para desnutrição aguda grave; ofereceu água limpa a 2,69 milhões de pessoas; proporcionou serviços de proteção a 82 mil crianças, bem como levou educação e serviços de HIV a 100 mil pessoas.

No entanto, investimentos urgentes ainda são necessários, visto que é provável que a crise continue em 2017 — sendo agravada pela chegada de outro fenômeno climático, o La Niña, que trará condições meteorológicas mais críticas.

O UNICEF ainda não recebeu os 127 milhões — do orçamento total de 226 milhões de dólares — necessários para dar continuidade às suas atividades nos países acometidos pelo El Niño.

Segundo o UNICEF, mais de 1 milhão de crianças precisam de tratamento para desnutrição aguda grave. Além disso, a escassez de água continua sendo uma preocupação fundamental, com muitas instalações de saúde e escolas em necessidade severa de abastecimento e instalações sanitárias impossibilitadas de funcionar.

“As crianças estão desprotegidas com as famílias e as comunidades deslocando-se em busca de trabalho, de alimentos, de água e de pasto para os animais. Além disso, as crianças também encontram dificuldades para ficar na escola devido à fome e/ou falta de água “, observou um estudo publicado pela agência da ONU sobre a região.

De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), mais de 60 milhões de pessoas podem ser afetadas por condições climáticas extremas associadas ao El Niño. As consequências incluem insegurança alimentar, índices maiores de desnutrição, destruição dos meios de subsistência e deslocamento forçado. (Onu – Brasil) 

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