Irã anuncia ação legal contra Estados Unidos

Por causa de “atrasos” na implantação do acordo nuclear e de sanções, país começa procedimento diplomático e eleva tensão entre as duas nações

Postado em: 14-12-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Por causa de “atrasos” na implantação do acordo nuclear e de sanções, país começa procedimento diplomático e eleva tensão entre as duas nações

Opresidente do Irã, Hassan Rohani, encarregou seu ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, de abrir uma ação legal contra os Estados Unidos por causa de “atrasos” na implantação do acordo nuclear assinado em 2015 e da extensão das sanções contra o país. As informações são da Agência ANSA.

Rohani também pediu ao seu chanceler para iniciar um procedimento “diplomático” e apresentar os resultados dentro de um mês e ordenou à Organização de Energia Atômica do Irã (Aeoi) que planeje a construção de propulsores nucleares para transporte marítimo.

No início de dezembro, o Senado dos EUA aprovou a prorrogação das sanções contra Teerã, que terminariam no fim de 2016, por mais 10 anos. A medida foi aprovada por um placar de 99 a zero e agora está na mesa do presidente Barack Obama, que pode sancioná-la ou não.

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Segundo os senadores, a iniciativa não viola o acordo nuclear entre o Irã e as maiores potências do planeta, mas Rohani diz que trata-se de uma “clara violação” ao pacto e acusa Washington de “negligência” na implantação do tratado.

O acordo foi assinado em julho de 2015 e entrou em vigor em janeiro deste ano, prevendo a eliminação progressiva das sanções impostas à economia iraniana. Em troca, os iranianos se comprometeram a limitar suas atividades nucleares, reduzir seu número de centrífugas de 19 mil para 6,1 mil em 10 anos e permitir inspeções periódicas da ONU em suas instalações.

Apesar do pacto, o aiatolá Ali Khamenei alertou em diversas ocasiões para a “falsidade” de Washington e pediu para os iranianos não acreditarem nas promessas norte-americanas. Os senadores dos EUA defendem que a extensão das sanções foi aprovada apenas para mostrar a Teerã que, caso o tratado não seja respeitado, as consequências serão imediatas. A retomada da tensão entre os dois países acontece a pouco mais de um mês da posse do presidente eleito Donald Trump, que já prometeu engavetar o acordo nuclear. (Agência Brasil) 

Novo secretário de Estado tem ligação com presidente Putin  

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, confirmou ontem (13) a nomeação do CEO da petrolífera ExxonMobil, Rex Tillerson, como chefe da diplomacia americana. A escolha de Tillerson foi antecipada anteontem à noite pela imprensa local. As informações são da Rádio França Internacional.

O cargo de secretário de Estado é o de maior prestígio no governo americano. A indicação de Tillerson preocupa políticos democratas e uma parte dos republicanos, tanto pela proximidade do executivo com o presidente russo, Vladimir Putin, quanto pelas suspeitas de ingerência da Rússia a favor de Trump na eleição presidencial americana.

Em um comunicado divulgado por sua equipe de transição, Trump justificou a escolha de Tillerson dizendo que “sua tenacidade, sua ampla experiência e sua compreensão profunda da geopolítica fazem dele uma excelente escolha para o posto de secretário de Estado. Ele irá favorecer a estabilidade regional e vai se concentrar nas questões essenciais para a segurança nacional dos Estados Unidos”.

Com a indicação de Tillerson a equipe do novo governo americano está quase completa. Trump deve designar ainda os secretários de Agricultura, Energia e de Assuntos para os Veteranos.

Perfil

Rex Tillerson, executivo do setor petroleiro, de 64 anos, dirige a Exxon Mobil desde 2011. Em cinco anos à frente da empresa, ele assinou onze contratos com a principal companhia russa do setor, a Rosneft. Em 2013, recebeu das mãos de Putin a Medalha da Ordem da Amizade.

Vários meios de comunicação americanos, incluindo os jornais The New York Times e Washington Post, além do canal NBC News, informaram anteontem à noite que Trump havia escolhido Tillerson após uma busca prolongada. A lista de candidatos tinha de oito a nove nomes, incluindo o do ex-governador de Massachusetts e ex-candidato à presidência Mitt Romney, que ontem anunciou que não estava na disputa. (Abr) 

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