“Não é uma vitória só para a Síria”, diz Assad

Segundo o presidente do país, a libertação de Aleppo também deve ser creditada à Rússia e ao Irã

Postado em: 24-12-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Segundo o presidente do país, a libertação de Aleppo também deve ser creditada à Rússia e ao Irã

Opresidente sírio, Bashar Al Assad, disse que a libertação de Aleppo das mãos dos grupos terroristas “não é uma vitória só para a Síria, mas uma vitória também para a Rússia e para o Irã”. A informação é da Agência Ansa.

A declaração foi dada por Assad pouco tempo depois de o Exército do país informar que toda a cidade de Aleppo, que já foi a maior da Síria em número de habitantes, está sob o controle de forças que apoiam Assad. Com isso, chegam ao fim os quatro anos de controle de algumas partes da cidade pelos chamados “rebeldes”.

A retomada de Aleppo ocorre após a retirada de milhares de civis que estavam “presos” em suas residências –ou em moradias de conhecidos – com o aumento dos combates na cidade. Isso porque, os russos começaram a fazer uma série de bombardeios aéreos para ajudar as forças de Assad.

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A posição da Rússia foi muito criticada pelos países ocidentais, já que a ideia era combater grupos que lutavam contra o presidente, ao qual chamam de ditador, e não de destruir grupos terroristas. No entanto, o mandatário sempre contou com o apoio do presidente russo, Vladimir Putin, em todos os momentos.

Os ataques também provocaram cenas trágicas, com a morte de milhares de pessoas. Além disso, impediram que a ajuda humanitária conseguisse chegar à cidade, sitiada pelo governo.

Rebeldes

Bashar Al Assad celebra sua maior vitória em quase seis anos de guerra civil, após a reconquista completa do setor rebelde de Aleppo, anunciada na noite dessa quinta-feira (22). 

Cerca de 34 mil civis e rebeldes foram retirados nos últimos dias, segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha. O regime sírio controla agora as cinco principais cidades do país: além de Aleppo, Homs, Hama, Damas e Lattaquié.

O líder rebelde Yasser Al Youssef reconheceu que, no plano político e territorial, a perda de Aleppo é um golpe para os revolucionários. Especialistas lembram, no entanto, que a guerra não acabou e o ditador sírio está diante de três opções de ação.

A mais provável é que as tropas do regime avancem em direção ao Sudoeste, onde se encontra a província de Idlib, que está nas mãos dos rebeles. Outra possibilidade seria se dirigir ao Leste e ao Sul para  combater o grupo Estado Islâmico.

A terceira via, mais diplomática, seria uma negociação envolvendo principalmente três países: a Turquia, representando os rebeldes, e a Rússia e o Irã, aliados de Bashar Al Assad. Os ocidentais e os países do Golfo também poderiam ser chamados a participar.

Derrota 

A reconquista de Aleppo foi uma vitória para o regime sírio e seus aliados, Rússia e Irã, e uma derrota para os estados da região que apoiam a oposição síria, como os países do Golfo e a Turquia.

A ação também foi um fracasso para os ocidentais, cujas hesitações e ambiguidades os reduziram à impotência, e para a ONU. Seis vetos russos e cinco chineses impediram os projetos de resolução contra a Síria no Conselho de Segurança.

As tentativas de negociação de uma transição política foram em vão e, no terreno humanitário, a comunidade internacional não conseguiu aliviar o sofrimento dos civis de Aleppo. (Agência Brasil) 

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