Filhos vão administrar os negócios de Trump

Presidente eleito dos Estados Unidos concede entrevista à imprensa e diz que até poderia fazer as duas coisas

Postado em: 12-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Presidente eleito dos Estados Unidos concede entrevista à imprensa e diz que até poderia fazer as duas coisas

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump disse, em sua primeira entrevista à imprensa ontem (11), que enquanto estiver governando o país seus filhos Eric e Donald Jr vão administrar seus negócios particulares. Com isso, o magnata respondeu a um dos maiores questionamentos da mídia, que seria a existência de um possível conflito entre os seus interesses particulares e o interesse do país.

Trump destacou, porém, que seria capaz, se quisesse, de administrar o país e as suas empresas simultaneamente. “Eu poderia, realmente, comandar o meu negócio e o governo ao mesmo tempo”, disse, dando a entender que, se optasse por continuar também no comando das empresas, não haveria conflito de interesses na sua gestão.

Rússia e Putin

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Alguns jornalistas insistiram para que Trump comentasse sobre as alegações de que a Rússia teria informações comprometedoras sobre seus negócios ou sobre seus planos para o futuro. “Alguém realmente acredita nessa história?” questionou o presidente eleito. “Eu [já] postei no Twitter que não tenho nenhum negócio com a Rússia”, disse.

Um jornalista perguntou ao bilionário sobre uma declaração do presidente russo, Vladimir Putin, o elogiando como um incentivador das relações entre o seu país e os EUA. “Se Putin gosta de Donald Trump eu considero [isso] um ativo, não um passivo, porque temos um relacionamento horrível com a Rússia. Agora, eu não sei se vou me dar bem com Vladimir Putin. Eu espero que sim, mas… você honestamente acredita que Hillary [Clinton] seria mais dura com Putin do que eu?”, perguntou Trump.

Agências de inteligência

Ao responder a perguntas sobre a conclusão de agências de inteligência de que a Rússia trabalhou ativamente para influenciar as eleições americanas de 2016, Trump disse acreditar que os russos possam ter alguma responsabilidade sobre o hackeamento (invasão de computadores) durante a campanha eleitoral, como outros países também tiveram. Ele porém deixou claro que não acredita na influência russa. Segundo ele, o sucesso de sua eleição foi decorrência da campanha eleitoral. (Abr)

 Obama pede união pela democracia 

O presidente dos Estados Unidos Barack Obama fez um discurso de despedida na noite desta terça-feira (9), em Chicago, a poucos dias de deixar o cargo após oito anos de mandato. Durante quase uma hora de fala, Obama pediu aos americanos que se unam para lutar contra os desafios que ameaçam a democracia norte-americana. Em um discurso emocionado transmitido para todo o país, ele alertou o povo americano que uma mudança nos rumos do país só ocorrem “quando as pessoas comuns se envolvem para exigi-la”. No próximo dia 20, Obama deixará a presidência dos Estados Unidos. O presidente eleito Donald Trump assumirá no seu lugar.

Obama falou no centro de convenções McCormick Place, o maior dos Estados Unidos, perante 20 mil pessoas. Em alguns momentos, os aplausos soaram tão alto que Obama teve de interromper a fala e se esforçar para continuar.

O teor do discurso de Obama focou mais no futuro do que nos feitos alcançados nos últimos oito anos. Em alguns momentos, Obama lembrou conquistas alcançadas e disse que a população ainda precisa superar os desafios raciais, políticos e econômicos existentes. O presidente norte-americano disse que é possível vencer os desafios. “Depois de oito anos como presidente, eu ainda acredito nisso”. E prosseguiu: “E não é apenas a minha crença, é o coração palpitante da nossa ideia americana – a nossa ousada experiência de autogoverno”.

Sobre as questões raciais que ainda incomodam o povo norte-americano, Obama disse que houve um progresso significativo nessa tema nas últimas décadas. Mas, segundo ele, esse progresso não foi suficiente para superar todos os problemas. Obama defendeu que acreditar na superação seria “irrealista”.

“Temos de defender as leis contra a discriminação, na contratação [trabalhista], na habitação, na educação e no sistema de justiça criminal. Isso é o que exige nossa Constituição e os ideais mais elevados. Mas as leis sozinhas não serão suficientes. Os corações precisam mudar”, disse Obama.

Além da questão racial, Obama citou a defesa dos direitos de outras minorias que vivem no país. “Para negros e outras minorias, [nosso desafio] significa amarrar nossas próprias lutas pela Justiça aos desafios que muitas pessoas neste país enfrentam – não apenas os refugiados, os imigrantes, os pobres rurais, os transgêneros americanos, mas também os de meia-idade. O homem branco, de fora, pode parecer que tem todas as vantagens, mas ele viu seu mundo revirado por mudanças econômicas, culturais e tecnológicas”. (Abr)

 

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