Conselho de Segurança não aprova sanções à Síria pelo uso de armas químicas

Dos 15 países-membros do Conselho de Segurança, nove foram a favor do projeto

Postado em: 01-03-2017 às 17h30
Por: Toni Nascimento
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Dos 15 países-membros do Conselho de Segurança, nove foram a favor do projeto

O Conselho de Segurança da
ONU não aprovou ontem (28), por nove votos a favor, três contra e três
abstenções um projeto de resolução que visava impor sanções ao uso e produção
de armas químicas na Síria. Apesar da maioria dos votos a favor, a matéria não
foi aprovada porque a Rússia e a China votaram contra e, como membros
permanentes do Conselho, têm poder de vetar o documento. Além deles, a Bolívia
também votou contra a resolução.

Dos 15 países-membros do
Conselho de Segurança, nove foram a favor do projeto, Estados Unidos, França,
Reino Unido, Itália, Suécia, Uruguai, Japão, Senegal e Ucrânia. E três –
Cazaquistão, Egito e Etiópia – abstiveram-se de votar. A votação ocorreu
enquanto uma nova rodada de negociações de paz sobre a Síria está em andamento
em Genebra.

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Se aprovado no Conselho de
Segurança, o projeto de resolução teria imposto o congelamento de ativos e
proibições de viagens a indivíduos e entidades associadas ao governo sírio, com
base em alegações de ataques de armas químicas feitas por uma investigação
conjunta da ONU e da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW).

A investigação conjunta
concluiu em seus relatórios que o governo sírio esteve envolvido no uso de
produtos químicos tóxicos como armas em três casos e que o grupo terrorista
Estado Islâmico usou gás mostarda em uma ocasião.

Oposição

O embaixador chinês na ONU,
Liu Jieyi, disse ao Conselho após a votação que as investigações sobre o uso de
armas químicas ainda estão em andamento e “é muito cedo para chegar a uma
conclusão final. Mas nós nos opomos ao uso de armas químicas por qualquer Estado,
qualquer organização e qualquer indivíduo em qualquer circunstância,”
afirmou.

O vice embaixador russo,
Vladimir Safronkov, disse que o projeto foi colocado em votação com base em uma
doutrina dos estados ocidentais, apesar dos esforços feitos em Genebra para
resolver a crise síria. “Vemos isso como uma tentativa de retardar e minar
os atuais esforços políticos e diplomáticos,” disse ele.

O projeto de resolução
também teria proibido o fornecimento de helicópteros ao governo sírio.
Safronkov disse que a medida prejudicaria o combate ao terrorismo, bem como os
esforços de ajuda humanitária na Síria.

A embaixadora dos EUA na
ONU, Nikki Haley, disse ao Conselho de Segurança que ninguém deveria hesitar em
impor consequências para os ataques de armas químicas. Ela disse que os Estados
Unidos já identificaram cada pessoa e cada entidade listada no projeto de
resolução para sanções e prometeu trabalhar com a União Europeia e outros
parceiros para pressionar por sanções semelhantes o mais breve possível.

(Agência
Brasil) 

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