Mais de 7 milhões de crianças e adolescentes estão ameaçadas em conflito na Ucrânia

O número de refugiados era de 2,2 milhões de pessoas, dentre elas, cerca de meio milhão de crianças

Postado em: 10-03-2022 às 16h43
Por: Redação
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O número de refugiados era de 2,2 milhões de pessoas, dentre elas, cerca de meio milhão de crianças | Foto: Getty Images

Nesta quarta-feira (09/03) uma avaliação do Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) sobre a população infanto-juvenil em risco dentro da Ucrânia, constatou a possibilidade de exposição a bombardeios, minas terrestres, falta de liberdade de movimento e separação familiar. Ainda, o conflito na Ucrânia põe em perigo crescente e imediato a vida e bem-estar de 7,5 milhões de crianças e adolescentes do país, de acordo com o Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (Unicef). 

O leste do país sofre com conflitos intensos desde 2014, relacionados à Crimeia, região que a Rússia anexou ao próprio território, naquele ano. Atualmente, com a crise humanitária que acontece no território ucraniano desde fevereiro deste ano; falta de recursos como água potável, cuidados com a saúde e eletricidade, se espalha pelo país todo e atinge centenas de milhares de pessoas. Ainda, o país está com suprimentos médicos limitados e teve que interromper esforços urgentes para conter um surto de poliomielite, a paralisia infantil.

Até ontem, 9, o número de refugiados era de 2,2 milhões de pessoas, dentre elas, cerca de meio milhão de crianças. Além disso, conforme diz o oficial de segurança da Ucrânia, Oleksiy Danilov, cerca de 67 crianças morreram desde a invasão russa.

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No entanto, o número é baseado em relatos que foram verificáveis pelo órgão, sendo assim, a quantidade real de vítimas não é calculável e tem possibilidade de ser bem maior. Conforme diz o porta-voz do Unicef, James Elder, “isso é sem precedentes em escala e velocidade. E, se a violência, as munições explosivas não pararem, muitos, muitos outros deixarão seu país em um espaço de tempo muito curto. E tememos que muitos mais sejam mortos”. 

O Unicef condena seis violações graves contra crianças e adolescente em tempos de guerra: ataques a escolas e hospitais, violência contra crianças e adolescentes, recrutamento ou uso de crianças nas forças armadas e grupos armados, violência sexual, rapto de crianças e adolescentes e recusa de acesso humanitário para o público infanto-juvenil. De acordo com o órgão, entre 2011 e 2020, mais de 5.700 crianças foram recrutadas para lutar na guerra na Síria, por exemplo, algumas com apenas sete anos de idade.

O conselho de Mariupol, no sul da Ucrânia, postou um vídeo de uma maternidade destruída e acusou as forças russas de bombardear. “A destruição é enorme. O prédio do centro médico onde as crianças foram tratadas recentemente está completamente destruído. As informações sobre as vítimas estão sendo esclarecidas”, afirmou o conselho. 

Em comunicado, a diretora regional do Unicef para a Europa e Ásia Central, Afshan Khan, afirmou que o uso de armas explosivas nas cidades pode transformar rapidamente esta crise em uma catástrofe para as crianças na Ucrânia. “Não há operações armadas dessa escala que não resultem em danos a crianças. As consequências serão trágicas”.

Outro ponto preocupante é que a invasão russa no território poderá resultar em uma das maiores crises de refugiados da Europa, desde a Segunda Guerra Mundial. “O Unicef está no local fazendo o possível para atender as necessidades básicas das crianças, mas a única saída para a tragédia, é o fim do conflito”, diz Afshan Khan.

O Unicef alerta ainda para o risco de contaminação por explosão de minas terrestres, que causam, desestabilização na infraestrutura, contaminação da água potável  e morte. 

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