Ucrânia acusa Rússia de ataque a Odessa menos de 24 horas após acordo

Misseis atingiram o porto da cidade que é chave para a exportação de grãos do país; conflito chega a seu 150º dia.

Postado em: 23-07-2022 às 10h15
Por: Luan Monteiro
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Misseis atingiram o porto da cidade que é chave para a exportação de grãos do país; conflito chega a seu 150º dia. | Foto: Reprodução

O governo da Ucrânia afirmou neste sábado (23/7) que a Rússia fez um ataque a mísseis ao porto de Odessa, no Mar Negro. A cidade é essencial para a exportação de grãos do país. O ataque ocorre menos de 24 horas após os países assinarem acordos para facilitar a exportação de grãos.

“O inimigo atacou o porto de Odessa com mísseis de cruzeiro Kalibr. Dois dos projéteis foram derrubados pelas forças de defesa aérea. Dois atingiram a infraestrutura do porto”, disse Sergii Brachuk, porta-voz da administração regional de Odessa.

Na última sexta-feira (22), os países assinaram um acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Turquia para facilitar a exportação de grãos que estavam bloqueados em portos da Ucrânia. Estima-se que entre 20 e 25 milhões de toneladas de grãos sofrem o bloqueio de exportação.

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“A Federação Russa demorou menos de 24 horas para questionar, com os ataques com mísseis ao território do porto de Odessa, os acordos e as promessas que fez à ONU e à Turquia no documento assinado ontem em Istambul”, afirmou o porta-voz para o Ministério das Relações Exteriores, Oleg Nikolenko. 

Ao disparar mísseis no porto, o presidente russo, Vladimir Putin, “cuspiu na cara do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, e do presidente turco, Recep (Tayyip) Erdogan, que fizeram enormes esforços para chegar a esse acordo”, disse Nikolenko.

A Rússia terá “total responsabilidade” se o acordo falhar e por “aprofundar a crise global de alimentos”, acrescentou.

O acordo feito na última sexta-feira visa diminuir a crise causada pelo bloqueio da exportação destes commodities. A Ucrânia é o terceiro maior produtor de grãos do mundo e, a crise causada pelo conflito, causou aumento dos preços de alimentos na África, continente mais pobre do mundo.

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