Venezuela termina 2017 com inflação de mais de 2.000%, diz Parlamento

Segundo país da América Latina com maior índice de inflação depois da Venezuela é a Argentina, com mais de 20%

Postado em: 21-12-2017 às 14h00
Por: Victor Pimenta
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Segundo país da América Latina com maior índice de inflação depois da Venezuela é a Argentina, com mais de 20%

A economia venezuelana terminará o ano com uma inflação
acumulada de mais de 2.000%, segundo cálculos do Parlamento local, de maioria
opositora, que vê neste número recorde um reflexo da “maior crise
política, social e econômica da história da Venezuela contemporânea”.

O anúncio, divulgado nesta quinta-feira (21) por meios de
comunicação locais, foi feito pelo deputado opositor Rafael Guzmán em um
balanço econômico do ano, no qual revelou também que o Produto Interno Bruto
(PIB) do país caiu 34% nos últimos quatro anos.

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Afastado de suas funções pelo Tribunal Supremo e pela
Assembleia Nacional Constituinte, o Parlamento é o único poder do Estado
venezuelano controlado pela oposição e a única instituição que publica cifras
de inflação e outros indicadores econômicos perante a ausência de dados do
governo e do Banco Central desde 2015.

Hiperinflação

Segundo cálculos do Parlamento, a Venezuela entrou em
hiperinflação em novembro, ao ultrapassar, com a marca de 57%, o limite de 50%
de inflação que define este fenômeno. “Nenhum país da região, nenhum país
do mundo tem esta deterioração do aparelho produtivo”, disse Guzmán ao
apresentar o balanço.

Com esses índices, a Venezuela é o país com a maior inflação
do mundo. O segundo país da América Latina com maior índice de inflação depois
da Venezuela é a Argentina, com mais de 20%, muito longe dos quatro dígitos
registrados pela nação petroleira.

“A cada dia há menos empresas, a cada dia há menos postos
de trabalho, a cada dia há menos salários dignos na Venezuela”, lamentou
Rafael Guzmán.

A emissão descontrolada de dinheiro por parte do Banco
Central venezuelano, bem como a destruição da indústria nacional e uma queda
das importações que reduziram drasticamente o número de bens disponíveis no
mercado, são realidades patentes na Venezuela e consideradas as causas
canônicas da inflação elevada.

Para estabilizar a economia e sair da crise, o Parlamento
pede a eliminação dos controles de câmbio – o Estado tem, desde 2003, o
monopólio da venda de moedas na Venezuela – e de preços e que se respeite a
propriedade privada.

Crise

A Venezuela atravessa uma grave crise humanitária marcada
pela escassez de alimentos, remédios e outros produtos básicos e o aumento
quase diário dos preços ao calor do descalabro do bolívar, a moeda nacional, em
relação ao dólar no mercado paralelo.

A petroleira estatal PDVSA – que é a fonte de mais de 90% das
moedas arrecadadas pelo Estado venezuelano – passa por graves dificuldades
financeiras e sua produção caiu, pela primeira vez em 28 anos, para abaixo dos
2 milhões de barris diários. 

Fonte: Agência Brasil e Agência EFE. (Foto: Reproduçã/Spotniks)

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