Entenda o porque a Venezuela ressuscita reivindicação de território da Guiana

Governo de Nicolás Maduro reivindica 70% do território da nação

Postado em: 25-10-2023 às 12h17
Por: João Victor Reynol de Andrade
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O político marcou um referendo público para o apoio da anexação da área disputada, compondo de dois terços da nação vizinha | Foto: Divulgação/

Nesta última semana, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, controlado pelo ditador Nicolás Maduro, voltou a reivindicar o território de pelo menos 160 mil quilômetros quadrados, disputado entre o país com a Guiana. Nesta reunião, o político marcou um referendo público para o apoio da anexação da área disputada, compondo de dois terços da nação vizinha. 

Esta rivalidade datada de mais de 100 anos remete desde a independência do país com a Espanha em 1811 e a delimitação de seu território com o Rio Essequibo, que corta a Guiana de norte a sul. Nesta época, a região era colonizada pelos holandeses, mas em 1814 passou por administração do Império Britânico que só foi concebido a soberania sobre o local em 1899. Desde então, a Venezuela exige a região como sua base no pertencimento da área na época colonial em 1648, antes da independência da nação.

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Entretanto, o antecessor de Maduro, Hugo Chávez, pôs um fim a este atrito reconhecendo o território como da Guiana. Este argumento não durou com a ascensão de Maduro e o descobrimento de ouro e petróleo na área e na costa.

Uma “democracia relativa” 

Uma corte internacional já está analisando o pedido de anexação da Venezuela e está previsto para acabar no fim de dezembro. Ou seja, este referendo é um mecanismo de forçar uma decisão internacional a pró-venezuela. 

Outro fator a ser analisado é o posicionamento do atual presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como aliado ao regime venezuelano. Analistas preveem esta aproximação dos políticos como fortalecimento da motivação venezuelana para com a reivindicação do terreno. Além disso, a forma como Lula orquestrou a sua relação com a Rússia na invasão da Ucrânia, se posicionando neutro mas relativamente a favor da Rússia nas conversas com o país invadido.

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