Equador à beira do pesadelo: ruas vazias, comércio paralisado e onda de notícias falsas geram clima de terror

Onda de violência após fuga de líder de facção criminosa assola País

Postado em: 10-01-2024 às 12h08
Por: Daisy Rodrigues
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O presidente Daniel Noboa decretou “conflito armado interno” no Equador após as crises de segurança que o país enfrenta no momento | Foto: Reprodução

O presidente Daniel Noboa decretou “conflito armado interno” no Equador após crises de segurança que o país enfrenta no momento. Na última terça-feira (9), houveram vários ataques de criminosos, inclusive a tomada dos estúdios de uma emissora de TV ao vivo por homens armados.

Em algumas cidades como Quito e Guayaquil, lojistas precisaram fechar as portas e pedestres saíram correndo com medo em pontos movimentados das cidades. Além disso, houve um trânsito incomum nessas duas cidades durante a tarde, segundo a autoridade de trânsito local.

O jornal ‘El Universo‘ contou que a cidade de Quevedo também ficou deserta após relatos de homens decapitados, ameaças de saques, incêndios e roubos.

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Editorial, ex candidato presidencial e fake news

A Polícia Nacional desmentiu notícias como de um tiroteio perto do palácio de governo e um sequestro em massa no metrô de Quito.

O Jornal ‘El Universo’ pediu para que as medidas do presidente sejam apoiadas. O veículo afirma que as pessoas têm de “apoiar as iniciativas que contribuam para recuperar a paz”.

O “Rambo” do Equador, o político Jan Topic, veio a público para dizer que queria liderar todas as forças de segurança do país.

Crise de segurança

A crise de segurança que o Equador vem enfrentando começou com motins em prisões. Com momentos de fugas de criminosos, ataques a delegacias e sequestro de policiais.

Antes da intervenção da polícia nos estúdios de TV, um dos homens chegou a encostar uma arma no pescoço de um apresentador. As pessoas que estavam no estúdio tentaram conversar com os homens armados, no vídeo, ainda se ouve a voz de uma mulher pedindo para eles não atirarem.

Conflito armado interno

O presidente Daniel Noboa baixou um decreto que determina que o país vive um conflito armado interno e as forças militares devem neutralizar 22 grupos de crime organizado, que serão tratados com organizações terroristas.

O presidente Noboa decretou estado de exceção na última segunda-feira (8), após a fuga da prisão de um criminoso, conhecido como Fito, chefe dos grupos Los Choneros. O Ministério Público acusa funcionários do próprio presídio de terem facilitado a fuga.

Na última terça-feira (9), as autoridades também relataram a fuga de outro criminoso: Fabrício Colón Pico, um dos líderes de Los Lobos, preso na sexta-feira (5) pelo sequestro e por suposta responsabilidade em um plano para assassinar a procuradora-geral do país.

Sete policiais foram sequestrados já durante o período de exceção. Os sequestros aconteceram nas cidades de Machala e Quito, e na província de Los Rios.

Além dos sequestros de agentes, houve também explosões na província de Esmeraldas.

Em Quito, um veículo explodiu e um dispositivo foi detonado perto  de uma ponte de pedestres. Panel Muñoz, o prefeito da cidade, pediu ao Executivo “militarização” de instalações estratégicas ante a “crise de segurança procedentes”.

O presidente

Noboa, de 36 anos, é o presidente mais novo que o Equador já teve. O presidente chegou ao poder com a promessa de que atacaria com firmeza grupos de traficantes, ligados a cartéis colombianos e mexicanos.

O estado de exceção estará em vigência por 60 dias em todo o país. A medida inclui um toque de recolher de 6 horas, entre 23h e 5h, horário local (das 1h às 7h em Brasília).

A sede presidencial e as estações de metrô de Quito também estão militarizadas.

“Não vamos negociar com terroristas nem descansaremos até devolvermos a paz aos equatorianos”, afirmou Noboa, em vídeo publicado em sua conta no Instagram. O presidente atribuiu o ataque às prisões como uma retaliação por suas ações para “recuperar o controle oficial” dos presídios.

Busca por Fito

Os policiais e militares procuram Fito desde o último domingo (7). Ele cumpria pena de 34 anos na Penitenciária Regional de Guayaquil por crime organizado, tráfico de drogas e homicídio. O grupo ‘Los Choneros’ compete com outras 20 quadrilhas pelas rotas do tráfico de drogas.

O Ministério Público denunciou dois agentes penitenciários pela sua suposta responsabilidade na fuga do criminoso de 44 anos, que obteve o título de advogado na prisão.

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