Petistas avaliam impacto de protestos nas eleições

Presidente do diretório estadual do PT e deputados da sigla minimizam efeito dos atos do domingo, em todo o País, contra o governo Dilma

Postado em: 15-03-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Petistas avaliam impacto de protestos nas eleições
Presidente do diretório estadual do PT e deputados da sigla minimizam efeito dos atos do domingo, em todo o País, contra o governo Dilma

Sara Queiroz

O Partido dos Trabalhadores (PT), em Goiás, analisa as manifestações do último domingo (13) como democráticas e legítimas, e acredita que a insatisfação dos manifestantes deve incentivar algumas mudanças do Governo Federal. Os petistas acreditam que o número elevado de pessoas nas ruas não terá influência a mais no processo de cassação da presidente Dilma Rousseff, cujo ato de apoio a ela no próximo dia 18.

Continua após a publicidade

Segundo o presidente estadual do partido, Ceser Donisete, a manifestação foi aberta e com reivindicações distintas. Ele reclama que, apesar do protesto ter sido divulgado como um ato contra a corrupção, os organizadores só tinham um único objetivo: pedir o afastamento da presidente. “A maioria das pessoas se colocou contra a corrupção, mas não foi explicado que quem estava organizado era o (senador) Aécio Neves (PSDB-MG), Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB)”, diz Donisete.

Para ele, a questão agora é analisar a reação do Congresso frente à manifestação, para saber se dará agilidade à tramitação do pedido de impeachment. Por outro lado, tem a posição do PMDB que, durante a convenção do último sábado (12), decidiu esperar 30 dias para resolver se continua ou não ao lado da presidente. Essa posição acendeu o sinal amarelo para os petistas de que o processo de cassação pode realmente ir para frente. Pelo menos é o que pensa o deputado estadual Humberto Aidar (PT). 

Aidar diz ver risco de Dilma ser afastada 

Para Humberto Aidar,  “se os partidos tendem a abandonar o governo, ela perde”. Segundo ele, deve existir uma questão jurídica mais consolidada para pedir o impeachment da presidente Dilma, mas que hoje ela corre o risco de perder o cargo na presidência da República. “Esses partidos como o PMDB são assim. Mamam no governo e quando o barco está afundando eles querem pular fora. Claro que se um partido desse tamanho resolve apoiar o impeachment é meio caminho andado para estabelecê-lo”, pontuou.

Apesar de ser contrário ao processo do impedimento, o deputado diz achar que os protestos do último domingo são legítimos e democráticos. Para Humberto, essas manifestações mostram que algo não vai bem no Brasil e que é preciso discutir isso. “As manifestações mandam recado, que o país precisa melhorar, precisa ter crescimento, precisamos discutir isso”.

Quem também acredita nisso é o deputado estadual e presidente do PT Metropolitano, Luis Cesar Bueno. Ele, que é pré-candidato a prefeito de Goiânia, avalia que foi uma parcela mais elitizada da população brasileira que foi às ruas, mas que essas pessoas mostraram a contrariedade com todos os políticos. “Existe uma contrariedade contra todos os partidos políticos no Brasil, e isso faz como que a classe política e o governo sejam obrigados a uma reflexão sobre termos um Congresso Nacional ágil e que propicie a geração de empregos e desenvolvimento do país”.

Eleições municipais

Ceser Donisete afirma que a taxa elevada de rejeição à presidente Dilma Roussef não influencie nas eleições municipais deste ano, pois, segundo ele, “a eleição é mais personalista”, onde os eleitores levam mais em conta a vida pessoal e profissional do candidato e sua história dentro da cidade ou bairro, muito mais do que o partido político a que pertence. “Eu vejo que pode existir um pouco de influência, mas não ao ponto de decidir quem ganha ou quem perde”.

Pré-candidato à prefeitura de Goiânia, Luis Cesar Bueno também compartilha do sentimento de que a legenda política influência pouco no momento das eleições municipais.  

Veja Também