Eleições do diretório do MDB pode resultar em racha do partido

MDB sofreu com racha nas eleições 2018, quando grupo de emedebistas apoiou Caiado

Postado em: 12-06-2021 às 09h11
Por: Samuel Straioto
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MDB sofreu com racha nas eleições 2018, quando grupo de emedebistas apoiou Caiado | Foto: Reprodução

A eleição para o comando do MDB pode resultar em um racha no partido no ano antecedente à disputa política para o governo estadual.  O pleito da presidência do Diretório Estadual do partido está marcado para o próximo dia 18. Grupo de prefeitos tenta evitar desgastes internos e que possam resultar em problemas na legenda, assim como ocorreu em 2018, quando emedebistas ficaram divididos no apoio a Daniel Vilela ou na campanha do governador Ronaldo Caiado.  O deputado estadual e 1º vice-presidente do partido, Paulo Cézar Martins registrou chapa para participar da eleição da presidência do Diretório Estadual do MDB. Atual presidente da sigla, o ex-deputado federal Daniel Vilela tentará a reeleição.

O MDB tem sofrido para unir os nomes do partido. No pleito de 2018, quando Daniel Vilela foi candidato ao governo de Goiás, o partido já estava rachado. Boa parte resolveu apoiar, o então candidato e agora governador, Ronaldo Caiado. Entre os nomes fortes que manifestaram a época apoio a Ronaldo Caiado estavam: Ernesto Roller, Adib Elias, Paulo do Vale, Renato de Castro e Fausto Mariano. As feridas sobre essa questão ainda continuam abertas. Tanto é que Adib já se manifestou publicamente que uma possível adesão do MDB ao projeto de Caiado, precisaria ser conversada.

Mais recentemente, outro ponto de divisão foi em relação ao desembarque de membros do MDB da administração municipal de Goiânia. O presidente estadual do MDB, Daniel Vilela foi um dos protagonistas do desembarque, por alegar que a administração municipal estaria não seguindo o plano de governo que Maguito Vilela, que morreu no início do ano, por complicações da Covid-19. Segundo Paulo Cezar Martins, a decisão à época não foi tomada em conjunto ou conversada dentro do partido.

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Paulo Cezar Martins e Daniel Vilela tiveram uma conversa. Segundo o deputado, uma composição dos dois não está descartada, mas ainda não há acordo. Paulo Cezar ainda alegou falta de diálogo por parte de Daniel. Segundo ele, diferente de Maguito, Daniel não demonstra capacidade de ouvir os aliados. Ele reclamou que o partido tem apenas 30 diretórios montados nos municípios e algumas comissões provisórias. O deputado tem defendido candidaturas de nomes como o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha e ainda do ex-deputado federal e atual presidente da Federação das Indústrias de Goiás (FIEG), Sandro Mabel, que tem sido um crítico da gestão do governador Ronaldo Caiado, principalmente durante a pandemia.

“Hoje há um descontentamento muito grande em razão de um processo político em que nós do MDB nunca fomos de garupa com ninguém, e diga de passagem do Iris Rezende em 2014 um partido grande com militância precisa lançar candidato. Há um descontentamento que houve falha da cúpula atual, como somos grandes precisamos ter candidato, a cúpula não desmentiu a garupa com o governo atual e isso contrariou muitos companheiros. Em apenas 30 diretórios temos”, disse o deputado estadual Paulo Cezar Martins. A reportagem tentou contato com Daniel Vilela, mas não obteve retorno.

A ideia de se antecipar as eleições da presidência do diretório do MDB em Goiás partiu do presidente da Federação Goiana dos Municípios (FGM) e prefeito de Campos Verdes, Haroldo Naves. Vale ressaltar que o pleito estava programado para fevereiro do ano que vem. Segundo o prefeito, a intenção é que o partido se fortaleça já pensando nas eleições de 2022. Antecipando o pleito interno, a legenda teria mais tempo para lançar candidaturas fortes. “É fazer a eleição do diretório este ano para que o partido faça a reestruturação, corra atrás dos candidatos a deputados estaduais e federais, converse com outras legendas”, disse. 

Grupo de prefeitos emedebistas têm manifestado preocupação. O temor é que um novo racha no partido possa prejudicar o planejamento para formação das chapas majoritária e proporcional. “Um novo racha pode atrapalhar a formação de chapa. O MDB já perdeu muito não elegendo nenhum deputado federal em 2018, para deputado estadual conseguiu apenas três cadeiras na Assembleia. Vamos trabalhar para formar uma chapa de consenso, e fortalecer o partido, sob pena de o MDB se apequenar em um futuro bem próximo. Precisamos nos unir para uma campanha forte no ano que vem”, disse um prefeito consultado pela reportagem. (Especial Para O Hoje)

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