Caiado tenta “estancar” Mendanha com visita ao MDB

Fora da agenda oficial, governador Ronaldo Caiado se encontrou com Daniel Vilela e membros da diretoria do partido em Goiás

Postado em: 21-08-2021 às 08h37
Por: Redação
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Fora da agenda oficial, governador Ronaldo Caiado se encontrou com Daniel Vilela e membros da diretoria do partido em Goiás | Foto: Reprodução

Quando chegou em frente à sede do diretório do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) às 16h10 de sexta-feira (20) no Setor Aeroporto, o democrata Ronaldo Caiado foi recepcionado por um compenetrado Daniel Vilela, presidente e anfitrião do governador. Num gesto nunca antes visto, Daniel apontou com o dedo indicador para a imagem adesivada de Iris Rezende Machado. Em um painel, com figuras históricas do MDB goiano, Caiado reparou e comentou algo sobre Maguito Vilela. 

Com palavras harmoniosas, tanto o emedebista quanto o democrata, pareciam confortáveis com a aliança. Enquanto Daniel chamou a visita de “gesto histórico”, Caiado disse que “na política, eu busco a boa escola”.

A visita atraiu a atenção de repórteres que tentavam, antes da reunião, que durou uma hora e 20 minutos, arrancar qualquer informação que desse o tom à visita do democrata. Antes e depois da reunião, quase nenhum emedebista quis comentar o teor da conversa. Afinal, a visita e, por conseguinte, uma reunião, é um gesto raro de um chefe de Executivo. Normalmente, os partidos procuram quem está no poder, não o contrário. 

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Há quem acredite que a reunião surpresa e fora da agenda do governador seja uma forma de apaziguar os ânimos depois da polêmica postagem do prefeito Gustavo Mendanha (MDB) sobre o preço do combustível. Por outro lado, a recepção pode causar uma cisão ainda maior no partido: o inflexível Mendanha ainda defende que a sigla pode, sim, bancar uma candidatura própria. “Caiado talvez tenha pensando que a reunião pudesse criar um tipo de silenciamento do Mendanha”, confidenciou um emedebista. 

Daniel Vilela, numa conversa discreta com um jornalista, interpretou que a visita tem muito em comum a política praticada pelo pai dele, Maguito Vilela. “Ele [Caiado] quer deixar um legado como conciliador”, comentou o presidente do partido que deverá, nas próximas semanas, decidir participar, ou não, da chapa majoritária ao lado de Caiado. 

Na conversa, levantou-se a ideia de que o democrata quer deixar as impressões digitais numa gestão alinhada com a paz. “Como se ele se espelhasse em Iris, por exemplo”, comentou um dos diretores do MDB que estavam na reunião. 

Depois da reunião, respondendo às perguntas dos jornalistas, nem Caiado nem Vilela deixaram claro se o lugar do MDB será na vice ou na vaga ao Senado. o fato é que, a um ano das eleições, a intenção de Caiado não é outra senão tentar estancar a força de Gustavo Mendanha que, já garantiu, não vai estar junto com Caiado. A pergunta que fica é: e com Daniel Vilela?

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