Preso em Goiânia na ação da PF, Luciano Musse foi solto na noite de quinta

O ex-gerente de projetos da Secretaria Executiva do Ministério da Educação (MEC), Luciano de Freitas Musse, preso em Goiânia durante operação da

Postado em: 24-06-2022 às 08h16
Por: Francisco Costa
Imagem Ilustrando a Notícia: Preso em Goiânia na ação da PF, Luciano Musse foi solto na noite de quinta
Advogado diz que prisão foi ilegal (Foto: Arquivo Pessoal)

O ex-gerente de projetos da Secretaria Executiva do Ministério da Educação (MEC), Luciano de Freitas Musse, preso em Goiânia durante operação da Polícia Federal (PF), foi solto da Superintendência da PF, em Brasília, na noite de quinta-feira (23). Musse foi detido na mesma ação que prendeu o ex-ministro Milton Ribeiro e os pastores Gilmar Santos, também da capital, e Arilton Moura, liberados ainda antes.

Já a operação ocorreu na quarta-feira (22) com o intuito de apurar a prática de “tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos”. Ela teve como base base relatório e depoimentos da Controladoria-Geral da União.

A ação, intitulada Operação Acesso Pago, cumpriu 13 mandados de busca e apreensão e cinco de prisões. Os municípios alvos são: Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal.

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Advogado de Luciano Musse, Zoser Hardman disse que a prisão foi ilegal. “A prisão foi desconstituída pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região, em irretocável decisão proferida pelo Eminente Desembargador Federal Ney Bello que reconheceu a ilegalidade da medida em Habeas Corpus impetrado pela defesa do ex-ministro Milton Ribeiro, com extensão dos efeitos aos demais custodiados.”

Relembre

Em março, a Folha de S.Paulo revelou um áudio que mostrava um suposto gabinete paralelo no Ministério da Educação, no qual Ribeiro dizia atender uma solicitação de Bolsonaro para priorizar a liberação de verbas a prefeitos que negociavam com Gilmar Santos e com o também pastor Arilton Moura – não foi informado se ele foi detido.

“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar […] porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender todos os que são amigos do pastor Gilmar”, dizia trecho da conversa.

Em um dos casos, os pastores teriam pedido 1 kg de ouro para liberação de verba no MEC. Prefeitos também relataram outras demandas de propina.

Posicionamentos de Milton Ribeiro e Santos

Vale lembrar, logo após o vazamento dos áudios, Milton Ribeiro pediu demissão e negou envolvimento de Bolsonaro. Além disso, afirmou que as solicitações à pasta iam para avaliação técnica.

Os pastores negaram qualquer irregularidade. Gilmar disse: “Afirmo categoricamente à sociedade brasileira que nunca houve de minha parte interferência nas relações institucionais do MEC, para com os entes municipais, seja diretamente, com seus representantes legais, ou indiretamente, por delegatários de qualquer ordem. Assim, também, é repugnante a Fake News de que sou lobista, e, com isso, atuaria no afã de receber verba pública conforme noticiado em diversos veículos de comunicação.”

Vale citar, Gilmar é presidente, em Goiânia, da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil Cristo para Todos. O Jornal O Hoje tentou novo contato com o religioso, por meio do perfil oficial dele no Instagram (que poderia ser administrado por terceiros), mas não teve retorno.

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