O desafio dos prefeitos em busca de votos a Bolsonaro

Sob a coordenação de Wilder Morais, parte de prefeitos deve seguir Caiado em apoio à reeleição de Jair Bolsonaro no 2° turno

Postado em: 11-10-2022 às 06h45
Por: Yago Sales
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Sob a coordenação de Wilder Morais, parte de prefeitos deve seguir Caiado em apoio à reeleição de Jair Bolsonaro no 2° turno | Foto: Marcos Correa/PR

Em Goiás, onde o colégio eleitoral deu a Jair Bolsonaro (PL) quase dois milhões de votos, ou seja, 52,16% de aprovação, contra 1 milhão e meio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 39,51%, o apoio do governador reeleito Ronaldo Caiado (União Brasil) dá mais gás à campanha do candidato da extrema-direita. 

Além do apoio incondicional da igreja – embora haja uma derrota do grupo da Assembleia de Deus, de Rafael Gouveia (Republicanos) que não foi eleito deputado federal -, o agronegócio é um dos braços que podem solidificar a influência de Bolsonaro no eleitorado goiano. 

Com o apoio quase unânime de prefeitos – 233 – o batalhão de cabos eleitorais mira apenas ao nome de Bolsonaro, que ficou relativamente ofuscado com a gleba de nomes à disputa ao governo, deputado estadual e federal, e ao Senado Federal. Ronaldo Caiado já convocou os prefeitos, que costumam ter em suas mãos os vices e parte – ou a maioria – de vereadores para uma conversa e declarou apoio à reeleição do atual presidente. 

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Deixou para trás as rusgas, que nem impediram uma aproximação desses 233 prefeitos com o projeto bem-sucedido de reeleição de Caiado e, agora, apontam para o de Jair Bolsonaro. O desafio, como avisam interlocutores de Wilder Morais, o sortudo que angariou a única vaga disponível ao Senado – e representante, coordenador, melhor, da campanha de Bolsonaro – é focar em 173 cidades onde o atual mandatário se saiu mal. Onde foi pau a pau com o candidato petista, que busca um terceiro mandato como presidente do Brasil. 

Nem mesmo a acirrada – nem tanto assim, na verdade – disputa ao Palácio das Esmeraldas parece frear a expectativa de apoiadores graúdos – como o próprio Wilder – à reeleição de Jair Bolsonaro. Já umbilicalmente ligado ao bolsonarismo, o ex-prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha (Patriota), que ficou em segundo lugar na disputa ao governo de Goiás ainda no primeiro turno, atendeu ao pedido do presidente que o preteriu em prol de Vitor Hugo – que aparece escanteado pela ínfima votação. 

Não é à toa que Vilmar Mariano,  o prefeito de Aparecida, mendanhista sem papa na língua, e com forte relação com políticos bolsonaristas, corra atrás de contribuir na cidade da reeleição do presidente. 

Alguns prefeitos podem entrar na empreitada com fôlego, como o prefeito Paulo do Vale, de Rio Verde. Em abril, Vale recepcionou Bolsonaro em uma cerimônia para Regularização Fundiária. A região, predominantemente do agronegócio, setor pelo qual adotou Bolsonaro como intermediário, o prefeito não terá dificuldades, mas tem a missão de expandir a campanha pelos municípios próximos. 

Por outro lado, alguns prefeitos tendem a ficar neutros, principalmente aqueles que devem se candidatar à reeleição em 2024. Como o País já terá uma conjuntura política com a polarização menos tangente – com Bolsonaro ou Lula -, seria melhor manter a neutralidade para evitar cobranças do eleitorado interiorano, ou mesmo na capital, sua região metropolitana ou no Entorno do Distrito Federal.  

Com a esposa, Vivian Naves, eleita pelo PP de Alexandre Baldy, o prefeito de Anápolis Roberto Naves, com enorme interesse em fazer sucessor, ter alguma influência no segundo ato da gestão de Ronaldo Caiado, deve ser um dos cabos eleitorais mais fortes do segundo turno.

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