Base e oposição reclamam de reunião sem aviso prévio com Jovair Arantes

Ao comentar o assunto, líder do prefeito, Anselmo Pereira, disse que o encontro se resumia a uma “visita de cortesia” por parte do secretário que acabou de assumir

Postado em: 09-02-2023 às 08h00
Por: Felipe Cardoso
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Ao comentar o assunto, líder do prefeito, Anselmo Pereira, disse que o encontro se resumia a uma “visita de cortesia” por parte do secretário que acabou de assumir. | Foto: Câmara

O entendimento comum nos corredores da Câmara Municipal de Goiânia é de que o Parlamento voltou, de fato, às atividades essa semana — a segunda desde a retomada do recesso. Na sessão da última quarta-feira (8/2) as movimentações foram intensas. O que mais chamou atenção, no entanto, veio de fora para dentro. Pairava no ar uma espécie de indignação coletiva facilmente percebida pelos repórteres que acompanhavam os trabalhos da Casa. O sentimento pode ser traduzido pela visita de Jovair Arantes (Republicanos), novo líder do governo de Rogério Cruz (Republicanos).

“Apareceu sem avisar e ainda mandou convocar todo mundo para uma reunião”, disparou um dos vereadores da base à reportagem. Receoso em ter sido ‘duro’ demais em suas palavras, voltou minutos depois e pediu para não divulgar seu nome caso a frase fosse publicada. Em off, a esmagadora maioria falou sem precedentes. 

“Não fui notificado, fiquei sabendo pela imprensa. No meu entendimento é um péssimo jeito de começar um relacionamento com o Parlamento”, disse um outro vereador. No mesmo momento, um terceiro parlamentar foi chamado pelo vereador que conversava com a reportagem. Ao tomar conhecimento do assunto, também fez questão de expor seu sentimento. “É complicado, acabei de ficar sabendo dessa reunião, aqui, em plenário. Nem na imprensa eu havia visto”, pontuou. 

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Os parlamentares possuem um grupo estruturado com os 35 nomes em um aplicativo de mensagens. Questionado se não houve um comunicado da presidência em relação a visita do auxiliar, um deles disparou: “a única mensagem que chegou foi sobre o aniversário do Kitão [vereador Lucas Kitão] que é hoje [quarta-feira, 8]”, disse de maneira descontraída.

Assistindo do alto da mesa diretora a movimentação dos vereadores junto à imprensa, o líder do prefeito, vereador Anselmo Pereira (MDB), se aproximou para também conversar com os jornalistas. Tentou apaziguar. “É uma visita informal. O secretário de governo acaba de assumir e resolveu vir aqui fazer uma visita de cortesia à presidência e a mesa diretora da Câmara. E como a mesa é democrática, faremos o convite para quem estiver aqui para que possam participar da reunião”.

Por volta das 11h, Jovair chegou. Em entrevista coletiva, apresentou uma versão diferente da história. “O convite tem que partir do presidente da Casa, quem comanda é o presidente. Eu não cometeria um ato de ingerência justamente no meu primeiro contato com a Casa. Fui convidado pelo Romário para vir e falar com os vereadores e vou trabalhar para ter uma base forte e nos dê respaldo”. 

Em outro trecho ele resumiu o objetivo da visita. “Estamos buscando uma relação próxima, amigável e que possa render frutos para a cidade de Goiânia. Onde não há acordo entre Câmara e Executivo quem pede é a cidade e não queremos que Goiânia perca absolutamente nada”. Ele lembrou das tantas obras que o prefeito pretende entregar esse ano e ano que vem. “São 1.7 bi aplicados nas mais diversas áreas e queremos a parceria da Câmara em todos os sentidos”, pontuou.

Quanto ao clima de tensão que pauta a relação entre os Poderes, Jovair disparou: “Isso faz parte do conteúdo político. A política é rica em diferenças e acertos. Os acertos são maiores e o que vamos buscar é o diálogo. A parcialidade não convém para nenhum dos dois lados. Sem contar que a população tem que ter a certeza que tem bons representantes na Câmara, e tem. Queremos ajudar nessa harmonia entre o Executivo e Legislativos. Rogério e Romário são dois homens que pensam na cidade e querem Goiânia funcionando”, pontuou.

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