Quinta-feira, 28 de março de 2024

Aliados dizem que volta de Mendanha ao MDB só é interessante caso ele dispute Goiânia

Foco do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia é estar em chapa majoritária no pleito de 2026

Postado em: 16-05-2023 às 08h13
Por: Francisco Costa
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Foco do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia é estar em chapa majoritária no pleito de 2026 | Foto: Reprodução

O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota), e o vice-governador de Goiás, Daniel Vilela (MDB), selaram a paz. Estão “apaziguados”, reforça uma fonte. Dito isto, as conversas sobre o retorno do ex-gestor ao MDB ganham força, mas não estão certas. Isto, porque garantem aliados de Mendanha, a volta só seria interessante para o caso dele disputar a prefeitura de Goiânia. 

A corrida pelo paço da capital, contudo, depende de uma consulta à Justiça, uma vez que o entendimento atual é contrário ao “prefeito itinerante”. Ou seja, aquele que cumpriu dois mandatos em uma cidade e muda o domicílio eleitoral para um município vizinho para concorrer novamente. A tese de Mendanha, contudo, é que se desincompatibilizou em abril de 2022, muito antes do término da gestão, e que a disputa se daria em uma cidade maior.

Mas por que só seria interessante voltar ao MDB nessas condições? Segundo aliados, apesar do entusiasmo pela possibilidade de concorrer à prefeitura de Goiânia, se possível, o foco de Gustavo é o pleito de 2026. Com a reaproximação dom Daniel, a disputa pelo governo é praticamente descartada. Porém, existe a expectativa de uma composição em chapa majoritária – Senado ou, porque não, vice. 

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A avaliação é que estar no mesmo partido de Daniel reduziria essa chance, uma vez que a busca é por uma base maior, com mais participação de partidos. Claro, que se houvesse um acerto e uma garantia para ele voltar ao MDB, o faria na hora, relatam aliados. Mas 2026 ainda está distante e essa formação de chapa (governador, vice e dois nomes ao Senado) depende de muita conversa e articulação.

Dito isto, um retorno ou não ao partido deve esperar pela consulta pública. Ou, pelo menos, a garantia de que ele possa participar da chapa majoritária em 2026, que deve ser encabeçada pelo vice-governador Daniel Vilela.

Leia também: Reaproximação de Mendanha e Daniel isola Marconi como oposição a Caiado

Reunião

Mas se o retorno ao MDB não é 100% garantido, a aproximação do governo Ronaldo Caiado (União Brasil) parece uma realidade. Ainda não há data definida, mas Gustavo deve se reunir com o governador e o vice nesta semana.

Vale lembrar, no começo do mês Daniel e Gustavo se reuniram no gabinete da vice-governadoria e consolidaram, de vez, a reaproximação. O encontro durou cerca de 1h20. A dupla esteve afastada desde o fim de 2021.

À época, Daniel Vilela optou por fazer parte do projeto político do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), enquanto Mendanha optou pela oposição e por lançar candidatura adversária ao governo de Goiás. Desde o começo deste ano, contudo, os dois davam sinais de reaproximação.

Planos de Mendanha

Mendanha, como mencionado, tem interesse na disputa pela prefeitura de Goiânia. Todavia, a consulta não dá garantias de sucesso. Para o especialista em Direito público e eleitoral, o advogado Danúbio Cardoso Remy, dificilmente ele terá sucesso para disputar o Paço no ano que vem. 

“O caso do Gustavo Mendanha é o fato dele ter sido eleito prefeito por dois mandatos seguidos, aí estaria vetado, pelo art. 14 da Constituição Federal. A concorrência do terceiro mandato, por Goiânia ser município limítrofe com a cidade que ele foi eleito, Aparecida, mesmo ele transferindo o título de eleitor no prazo legal de seis meses, entendo eu, seguindo a jurisprudência do TSE, salvo se houver mudança nesse meio do caminho, que ele não poderá ser candidato não só em Goiânia, mas Senador Canedo, Trindade ou outro município, como Hidrolândia, que tenha divisa com o município de Aparecida de Goiânia”, explicou.

Mas o ex-prefeito de Aparecida está de olho, principalmente, no pleito de 2026. Com a aproximação de Daniel, uma disputa ao governo de Goiás fora, uma vez que o vice é o candidato natural. Com o novo “mapeamento”, Mendanha pode entrar no páreo ainda na chapa majoritária, mas como nome ao Senado.

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