Reaproximação de Mendanha e Daniel isola Marconi como oposição a Caiado

Ao que tudo indica, governador seguirá tranquilo até o fim do mandato, em 2026

Postado em: 05-05-2023 às 07h50
Por: Francisco Costa
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Ao que tudo indica, governador seguirá tranquilo até o fim do mandato, em 2026 | Foto: Reprodução

A reaproximação de Gustavo Mendanha (Patriota), e o vice-governador Daniel Vilela (MDB) enterra de vez a posição de opositor do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia. Na quarta-feira (3), eles se reuniram no gabinete da vice-governadoria por mais de 1h para selar a paz. 

Pelas redes sociais, Gustavo confirmou o que eles já conversavam nos últimos dias. “Estamos retomando nossa amizade antiga após um tempo dedicado a projetos opostos. Neste momento o que existe é a reconstrução do laço, as questões políticas serão definidas no momento oportuno, e eu conto pra vocês”, escreveu.

A expectativa é que Mendanha retorne, em breve, ao MDB de Daniel Vilela. O ex-prefeito e ex-candidato ao governo deve fazer uma consulta ao Judiciário para verificar a possibilidade de disputar o pleito de Goiânia.

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Por ter sido gestor por dois mandatos de Aparecida, ele não poderia entrar na disputa em uma cidade vizinha por ser classificado como “prefeito itinerante”. A tese de Mendanha, contudo, é que se desincompatibilizou em abril de 2022, muito antes do término da gestão, e que a disputa se daria em uma cidade maior.

Segundo colocado na eleição para governo com 25,2% dos votos válidos, Mendanha estava afastado de Daniel desde o fim de 2021, quando o amigo optou por fazer parte do projeto político do governador Ronaldo Caiado. Gustavo já defendia a candidatura própria do MDB, o que resultou na saída dele do partido para se viabilizar na disputa. 

Da mesma forma, o ex-deputado federal e ex-candidato do governo de Goiás, Major Vitor Hugo (PL) segue mais empenhado em fazer oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas principalmente na agenda propositiva em torno do próprio projeto. Em análise sobre as disputas do Paço de Goiânia ou Anápolis, o político tem focado nas emendas de seu mandato parlamentar que ainda são e serão entregues pelo Estado. Em 2022, como candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ele teve 14,81% dos votos. 

Marconi segue

Entre os grandes players, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) é quem mantém oposição – sem contar alguns deputados estaduais. O tucano, contudo, concentra as investidas pelas redes sociais. 

Na quinta-feira (4), ele focou as críticas nas vias estaduais. “Só quem anda de carro pelas estradas estaduais sabe o que é conviver, a todo momento, com o risco à vida e à segurança, além de estragos aos veículos. O descaso, ou melhor, a falta de manutenção das rodovias, dá espaço ao mato que atrapalha a visibilidade, buracos gigantes e trechos no escuro, sem qualquer sinalização.”

Ao postar um vídeo de um buraco na GO-154, entre Crixás e Itapaci, ele escreveu: “O abandono parece ser a palavra de ordem em todos os setores, inclusive para quem utiliza as vias para escoamento da produção e também para conhecer nosso Estado. Quem se responsabiliza pelas vidas que correm risco permanente?”

Na terça (2), ele também criticou a tentativa do governo estadual de cobrar a taxa do agro no período em que ela estava suspensa – liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a contribuição de 3 a 24 de abril. 

“A tentativa de ‘burlar’ a liminar do STF que suspendeu a cobrança da taxa do agro por um período não é surpresa. De um governo que não conversa com a própria classe, da qual se julga representante, para discutir meios, alternativas, e até mesmo falar com outros segmentos, não se pode esperar mais nada. O aperto será sempre para sangrar até a última gota…”

Planos de Mendanha

Mendanha, como mencionado, tem interesse na disputa pela prefeitura de Goiânia. Todavia, a consulta não dá garantias de sucesso. Para o especialista em Direito público e eleitoral, o advogado Danúbio Cardoso Remy, dificilmente ele terá sucesso para disputar o Paço no ano que vem. 

“O caso do Gustavo Mendanha é o fato dele ter sido eleito prefeito por dois mandatos seguidos, aí estaria vetado, pelo art. 14 da Constituição Federal. A concorrência do terceiro mandato, por Goiânia ser município limítrofe com a cidade que ele foi eleito, Aparecida, mesmo ele transferindo o título de eleitor no prazo legal de seis meses, entendo eu, seguindo a jurisprudência do TSE, salvo se houver mudança nesse meio do caminho, que ele não poderá ser candidato não só em Goiânia, mas Senador Canedo, Trindade ou outro município, como Hidrolândia, que tenha divisa com o município de Aparecida de Goiânia”, explicou.

Mas o ex-prefeito de Aparecida está de olho, principalmente, no pleito de 2026. Com a aproximação de Daniel, uma disputa ao governo de Goiás fora, uma vez que o vice é o candidato natural. Com o novo “mapeamento”, Mendanha pode entrar no páreo ainda na chapa majoritária, mas como nome ao Senado.

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