Leonardo Rizzo dispara contra familiocracia na política goianiense

‘Um lança a mulher na cidade vizinha a que vai concorrer, outro tem cinco membros da família em cinco diferentes partidos’, disse o empresário em alusão ao senador Vanderlan Cardoso e o presidente da Alego, deputado Bruno Peixoto

Postado em: 27-04-2024 às 08h30
Por: Francisco Costa
Imagem Ilustrando a Notícia: Leonardo Rizzo dispara contra familiocracia na política goianiense
Rizzo aproveitou ainda para criticar os moldes do sistema político que desencadeia uma população empobrecida | Foto: Felipe Cardoso/O HOJE

O empresário e pré-candidato à prefeitura de Goiânia, Leonardo Rizzo (Novo), esteve, na manhã da última sexta-feira, 26, na redação do jornal O HOJE. Em um longo bate-papo com jornalistas, o empresário pôde falar sobre sua trajetória enquanto um dos maiores empresários do segmento imobiliário na capital, bem como sobre suas intenções caso termine, em outubro, conduzido ao cargo de prefeito da principal cidade de Goiás. 

Antes de falar de suas pretensões, o político explicou o porquê escolheu o partido Novo. “É uma sigla que me representa. Estou nela para servir. No novo não basta você querer, você tem que ser aprovado. Essa é a diferença em relação aos demais nomes de outros partidos”, disse ele ao defender que tem o perfil que o partido buscava para a disputa.

Em outro trecho, ele ainda lembrou que justamente pelo fator perfil, o Novo buscou o empresário Sandro Mabel (UB) na tentativa de lançá-lo na disputa pelo partido. “Nós o convidamos, mas ele foi categórico em dizer que não queria mexer com política e que continuaria na Fieg [Federação das Indústrias do Estado de Goiás]. Ele tem bons serviços prestados, mas disse que não tinha interesse”, pontuou. Meses depois, vale lembrar, Sandro Mabel foi oficializado como o nome da base governista na corrida por Goiânia. 

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Rizzo aproveitou ainda para criticar os moldes do sistema político que desencadeia uma população empobrecida. “O sistema não nos permite crescer”, lamentou antes de analisar o atual cenário. “Temos um pré-candidato que lança, por exemplo, a esposa em um município vizinho ao que vai concorrer, outro tem cinco membros da família em cinco diferentes partidos. Ou seja, a política virou negócio sendo que, na verdade, o cargo é uma honra que o povo concede. Não tem que ser um caminho para proveito próprio. Isso é, no mínimo, falta de cultura”. 

Ainda que não tenha citado qualquer nome, as menções de Rizzo estão relacionadas ao Senador Vanderlan Cardoso e ao presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Bruno Peixoto. O primeiro é pré-candidato em Goiânia e tem defendido o nome de sua esposa para prefeitura de Senador Canedo, cidade vizinha da capital. No segundo caso, a declaração é uma crítica a Bruno que ‘filiou’ a esposa ao Avante, o pai ao PSDB, o irmão ao PRD e a irmã ao PSB.

Depois, analisou a situação da capital. “Não temos um Executivo que mande, um Legislativo que projete, estamos à deriva. Temos que fazer com que as coisas, que dizem ser difíceis, se tornem simples. A indignação chega a ser maior por saber que Goiânia, a cidade que eu amo e que sou empresário há mais de 50 anos, está desse jeito. Eu me pergunto, aos meus 67 anos, o que posso fazer? Não é possível a gente conviver com a cidade desse jeito. Ninguém consegue fazer nada no município se não tiver alguém pra te ajudar. É preciso ter respeito com quem produz”. 

Questionado pelos jornalistas sobre a escolha de um nome para a vice, disparou: “Vou andar muito, ouvir muito e espero que surja um candidato a vice com o mesmo perfil. Estamos abertos a composições que respeitem essa linha de trabalho do nosso partido. Queremos resultado, não queremos embates. Temos pautas liberais aceitas pela direita e até, em alguns casos, pela esquerda. Quem, por exemplo, não tem a Educação como uma prioridade”.

Caso termine a corrida de outubro eleito prefeito de Goiânia, Rizzo garantiu que o centro de Goiânia se tornará um cartão postal da cidade. “Não tem porque um espaço original como o centro não ter atrações que o tornem conhecido no mundo todo. Vamos trabalhar por parcerias com governo. O que falta é transformar Goiânia na metrópole do entretenimento. Estamos no centro do País, bem servidos do ponto de vista logístico, o que falta é o  querer fazer as coisas acontecerem. Não há outro caminho a não ser fazer uma gestão séria”.

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