Lideranças refutam possível desistência de Gayer e descartam composição com governo

Membros do PL são unânimes na defesa de que o partido deve ter candidatura própria na capital. Se o nome não for Gayer, Delegado Eduardo Prado deve entrar em cena. Apesar do ‘plano b’, deputados duvidam que federal recue

Postado em: 26-04-2024 às 09h30
Por: Felipe Cardoso
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A maior parte das figuras defendem que no Congresso Gayer garante maior projeção política, uma vez que “fala para o Brasil e não para um município" | Fotos: Reprodução

Circula, nos bastidores da política goianiense, o comentário de que o pré-candidato do PL, Gustavo Gayer, pode desistir de seu projeto político rumo à prefeitura de Goiânia. A maior parte das figuras que sustentam essa tese justificam a afirmação com base nos interesses políticos não apenas do federal como também de seu mentor político: o ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Essas figuras defendem que no Congresso Gayer garante maior projeção política, uma vez que “fala para o Brasil e não para um município”. “No Congresso ele é visto como uma estrela do bolsonarismo. Ele é ativo, jovem, tem desempenhado um bom trabalho, alcançando, inclusive, uma base forte no estado de São Paulo”, argumenta um dos consultados que acredita, inclusive, que Gayer pode atuar como ninguém na defesa de assuntos de interesse da oposição na Câmara. 

A recente filiação de Mayara Mendanha, esposa do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, ao PL também serviu como uma espécie de combustível aos conspiradores de que Gayer logo mais jogará a toalha. A tese, neste caso, é de que o PL poderia compor com a base governista, indicando-a como vice na chapa encabeçada pelo pré-candidato caiadista, Sandro Mabel. 

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Apesar de qualquer comentário nesse sentido, a declaração dos três deputados que compõem a base do PL na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), além de idênticas, mira na direção oposta. ‘Gayer não vai desistir’, atestam sem titubear. 

O primeiro a falar com a reportagem sobre o assunto foi o deputado Paulo Cesar Martins. O político não hesitou em disparar: “Todo partido tem que ter palanque, principalmente nas capitais. O PL é o maior partido do Brasil e não pode ficar sem ter candidato a prefeito de Goiânia. Comentários tem demais, eles inventam. Mas conversei com o deputado Gustavo Gayer e ele me falou que é candidato, que está firme. Quem deixaria de se candidatar em uma cidade que pode, inclusive, pavimentar um caminho para que ele seja no futuro um candidato a governador, por exemplo?”. 

Segundo Martins, Gayer não comunicou absolutamente nada nesse sentido a ele ou qualquer outra liderança próxima. O deputado ainda acrescentou que ainda que houvesse qualquer movimento nesse sentido, o partido tem outros quadros que podem assumir a posição. E reiterou que sem candidato o PL “não vai ficar. 

Sobre a chegada da esposa de Mendanha aos quadros do PL e os rumores de que ela poderia compor a chapa governista como vice, o parlamentar refutou. “A recebemos de braços abertos, mas para que ela seja candidata a vereadora. Ela já chega e quer sentar na janela? Existem nomes melhores que o dela para serem indicados a vice em nome do PL [em um cenário hipotético onde a sigla indicaria alguma vice]”.

Depois foi a vez da reportagem falar com o deputado Major Araújo sobre o assunto. O parlamentar disse, inclusive, que já houve uma comunicação de que o partido deve caminhar com chapa pura na disputa por Goiânia. “Em caso de desistência, faríamos a defesa de que o partido tenha candidatura própria. A bancada do PL na Alego não aceita ser vice de ninguém, muito menos do Mabel”, disparou. 

Em outro trecho da entrevista ele disse que o colega Delegado Eduardo Prado teria condições de concorrer caso Gayer recuasse. Mas reforçou que “da boca dele” não ouviu absolutamente nada sobre possível recuo. Ele também comentou a chegada de Mayara Mendanha à sigla, porém, sob a ótica de uma “estratégia do governo”. “Não é algo do partido [PL]. É um sonho do governo buscar o apoio do PL ao Mabel, mas ela chega ao partido sem garantia nenhuma. A grande maioria quer candidatura própria”. 

Prado, por fim, foi na linha dos colegas e disse não ter notado qualquer comportamento que pudesse levar Gayer a pular fora do barco. “Não tenho tanta ligação com ele, mas ouvi do próprio presidente do partido em Goiás, senador Wilder Morais, que ele vai até o final. O Wilder me falou isso há uns 15 dias atrás, no máximo. 

Ele aproveitou, inclusive, para reiterar que estará à disposição do partido caso Gayer deixe o jogo. Se ele não for candidato, eu posso ser. Sou o mais bem votado do PL em Goiânia. De todos do grupo, sou o que mais tenho votos na capital. Tenho uma história, um legado na cidade. Nasci, estudei, me formei e sempre trabalhei em Goiânia. Atuei em grandes casos à frente das delegacias, conduzi a CPI das Obras Paradas e desempenhei tantas outras atividades na capital. Se ele for candidato, terá todo o meu apoio, mas se não for, coloco meu nome pelo PL”, pontuou.  

A assessoria do deputado Gustavo Gayer foi procurada na tentativa de que o político comentasse o que tem sido ventilado, porém, até o fechamento desta reportagem não houve retorno. O espaço seguirá aberto para manifestação do congressista.

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