Após denúncia, defesa de José Eliton nega corrupção
Ex-governador goiano está entre investigados envolvidos em supostas irregularidades em contratação de OS para sistema de Saúde
Por: Gabriel Neves Matos
Após uma denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO) envolvendo o ex-governador José Eliton, o ex-secretário estadual de Saúde Leonardo Vilela e outras 32 pessoas em um processo de investigação sobre a suposta contratação de uma Organização Social (OS) para administrar parte do sistema de saúde de Goiás, a defesa de Eliton enfatizou, por meio de nota, a ausência de acusações de corrupção contra o ex-governador.
Segundo os advogados Tito Amaral, Antônio Marra e Caio Tito, que assinam o texto enviado ao HOJE na tarde de sexta-feira (26), houve contratação de uma OS durante a gestão de José Eliton, mas o acordo vigorou por pouco mais de um mês. A defesa diz que uma única parcela do contrato foi paga, no valor de R$ 1 milhão.
Além disso, no governo de Ronaldo Caiado (UB), sucessor de Eliton, o contrato com a OS ainda vigeu por cerca de quatro anos, no qual foram pagos mais de R$ 40 milhões à organização que administrava o sistema regulador de saúde, afirmam os advogados.
A suspeita de irregularidades na gestão do ex-governador foi revelada pela TV Anhanguera. A reportagem da emissora mostrou que o caso foi investigado pela Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor), da Polícia Civil de Goiás (PC-GO), que em 2022 realizou operação contra a OS Instituto de Gestão por Resultados (IGPR).
Durante o governo de Eliton, a organização mantinha um contrato estimado em R$ 84 milhões com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), incumbida da administração do Complexo Regulador — órgão que é responsável pela gestão das vagas de internação, liberação de exames e realização de cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Ainda segundo a reportagem, a denúncia oferecida pelo MP-GO apontou crimes de peculato, emprego irregular de verbas públicas, corrupção, fraude em licitação, lavagem de dinheiro, entre outros. Na lista dos denunciados, estão incluídos os nomes do ex-governador e do ex-secretário de Saúde, responsáveis pela contratação.
O HOJE procurou o MP-GO na tarde de sexta-feira. O órgão respondeu em nota que a denúncia foi oferecida no dia 15 de março e afirmou que “o processo está em segredo de Justiça”. “Dessa forma, não é possível, nesse momento, detalhar qualquer informação relacionada aos autos”, arrematou o texto.
O ex-governador José Eliton também foi procurado pela reportagem de O HOJE. Ele preferiu não comentar o caso. Contudo, a defesa dele disse por meio de nota, assinada na sexta-feira, “que se está diante de mais uma iniciativa bastante estranha e temerária, que visa apenas a desgastar a sua imagem pública [em referência ao ex-gestor] mediante imputações absolutamente carentes de qualquer fundamento técnico ou jurídico”. Os advogados indicaram ainda que, além das acusações serem inverídicas, elas serão “devida e oportunamente refutadas”.
