“Acho difícil em 2024 a gente ter hegemonia”, diz Mendanha sobre pleito em Aparecida

Antecessor de Vilmar Mariano, Mendanha comenta cenário e rixa entre prefeito e presidente da Câmara, André Fortaleza

Postado em: 29-06-2023 às 08h00
Por: Yago Sales
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Mendanha lembra que André e Vilmarzinho eram amigos | Foto: Reprodução

Antes de responder às perguntas dos repórteres do jornal O Hoje, Gustavo Mendanha, na manhã de quarta-feira (27) relembrou uma anedota em que um repórter teria perguntado a Assis Chateaubriand, o Chatô, grande empresário do pioneirismo da imprensa e colecionador de artes (criou o Masp), se deveria falar a favor ou contra em uma reportagem.

Algumas risadas depois sobre a historieta robalesca do Chatô, o assunto foi substituído logo para o que o meio político aparecidense mais espera: onde vai dar a história o estremecimento entre os dois homens mais poderosos de Aparecida: o prefeito, Vilmar Mariano, no Patriota, mas a alguns passos do MDB, e do presidente da Câmara Municipal, André Fortaleza (MDB), que ameaça deixar o partido caso não seja o candidato tamanho o ranço que sente pelo atual prefeito. 

“Os dois estão estremecidos, mas eu converso com ambos praticamente toda semana”, disse ele, antes de comentar o episódio em que o prefeito Vilmar bloqueou Fortaleza nas redes sociais: Isso faz parte da política, mas essa questão é muito pequena. O que nós precisamos é pensar no cidadão, nos projetos que precisam ser implementados. É preciso pensar em continuar aquilo que iniciamos lá com o Maguito [Vilela, ex-prefeito da cidade por dois mandatos] em 2009 e não pode ser atrapalhado.”

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Gustavo Mendanha, então, faz um aceno à paz para ambos. “O diálogo dos dois faz bem para a população. Se lá na eleição os dois não tiverem condições de caminharem juntos cada um defenda o que acredita. Mas neste momento eu trabalho para que os dois se falem”. 

Mendanha reconhece que a decisão de uma reaproximação depende dos dois políticos. “Eu acho que o Vilmar tem demonstrado que quer estar junto. André, que antes queria se reaproximar, agora parece ter mais resistência. A união dos dois é ótimo para a cidade”. 

Sobre a permanência de Fortaleza no MDB com a chegada de Vilmar Mariano e sendo cotado para ser candidato, pela sigla de Daniel Vilela, à reeleição, Mendanha afirma que desejaria que todos permanecessem no partido. “Até porque foi por ele que todos nós nos elegemos na última eleição municipal”. E ainda: “Tem muito tempo até a eleição, muita coisa para ser construída”. 

Mendanha lembra que André e Vilmarzinho eram amigos mas, em determinado momento, decidiu pelo rompimento, o que culminou no imbróglio que vai dar dor de cabeça no pleito de 2024 em Aparecida. 

Acerca de outros nomes, como Ademir Meneses e Professor Alcides, Mendanha afirma que tem boa relação com Alcides, mas que está afastado de Ademir. “Acho difícil em 2024 a gente ter hegemonia”, comentou ele, ao lembrar das construções feitas de apoio encabeçadas por Maguito Vilela quando chegou à prefeitura em 2009 ao derrotar Marlúcio Pereira. 

“Cabe ao prefeito dar continuidade aos trabalhos. Claro, no campo político tem que ter a engenharia, mas tem que mostrar um bom trabalho administrativamente. Os primeiros meses dele foram difíceis. Os meus também. Consegui ter 87% de aprovação”, lembra Mendanha. 

E faz um alerta: é preciso tomar cuidado sobre conseguir fazer um bom trabalho como prefeito, nas ruas, em obras, mas também junto à orquestra política. “Tem que ter um equilíbrio como se fosse um carro de boi. E é isso que o Vilmar tem que fazer, conversar com políticos, dialogar com partidos, atrair forças, mas não deixar a administração da cidade”. E ressalta: “A gente vê uma retomada de obras. E vai melhorar com a chegada dos recursos do Brics”.

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